Gabriel Cabo e Marcelo Cabo são punidos pelo STJD
A Quinta Comissão Disciplinar do STJD do Futebol julgou as expulsões ocorridas na partida entre Brasil de Pelotas e Vasco. Auxiliar técnico do Vasco, Gabriel Cabo foi punido com uma partida de suspensão, enquanto os técnicos Marcelo Cabo e Claudio Tencati advertidos. A decisão cabe recurso e pode chegar ao Pleno.
As expulsões ocorreram após o apito final. Na súmula o árbitro narrou que o técnico do Vasco se dirigiu ao banco adversário a caminho do vestiário dizendo: "quero ver fazer gracinha agora." O árbitro informou ainda que o fato gerou uma confusão entre as equipes e a troca de empurrões entre o auxiliar Gabriel Cabo e o treinador do Brasil de Pelotas.
A Procuradoria denunciou o envolvidos por infração ao artigo 250 por ato desleal ou hostil.
Presentes no julgamento virtual, os denunciados prestaram depoimento.
Marcelo Cabo foi o primeiro a falar sobre os fatos.
“Durante toda a partida sofremos várias insinuações por parte da comissão técnica, massagista e médico do mandante. Ao final da partida, quando nos dirigíamos para o vestiário, em tom de desabafo proferi essas palavras e foi o momento que o banco veio em nossa direção e criou toda essa confusão. Desabafo sem nenhum palavrão ou ofensiva a ponto de todo o banco correr em minha direção”, disse o treinador do Vasco.
Gabriel Cabo falou em seguida.
“Corroboro com a cronologia dos fatos ditas pelo Marcelo. Fui na direção ao treinador na direção de apartar e que parecia mais exaltado. Acabou que deu aquela confusão toda com xingamentos dos lados e acabei perdendo a cabeça. Percebi a presença do árbitro bem no final da confusão”, finalizou o auxiliar técnico do Vasco.
Cláudio Tencati concluiu os depoimentos.
“Meu respeito ao Marcelo Cabo. A gente procura manter o maior respeito possível. Se houve algum posicionamento da comissão técnica não foi minha. O árbitro em nenhum momento da partida me advertiu. Ao fim do jogo, puto por ter perdido, me virei para ir ao vestiário e houve aquele tumulto. Voltei para apartar, fui surpreendido com o empurrão do Gabriel e revidei”, afirmou o treinador do Brasil de Pelotas
João Marcos Guimarães, Procurador da Justiça Desportiva, sustentou a denúncia.
“Gostaria de destacar a forma educada e respeitosa como se colocaram diante do tribunal. Esperaria que todos os denunciados levassem para o campo de jogo esse padrão respeitoso. Fico satisfeito com o nível de sinceridade dos depoimentos que confirmam na integra os termos da súmula. Gabriel e Tencati estão bem enquadrados por troca de hostilidade. O técnico Marcelo Cabo entendo que o artigo 258 seria melhor enquadrado, mas reitero a denúncia. Há uma confusão no fim do jogo provocada pela manifestação do treinador Marcelo. Com base nos elementos probatórios e nos depoimentos, a Procuradoria reitera e pede a condenação dos três denunciados”, encerrou o Procurador.
Defensora do Vasco, a advogada Amanda Borer sustentou em favor do treinador e auxiliar.
“A prova de vídeo e os depoimentos deixaram claro como tudo ocorreu. A equipe visitante passa em frente ao banco da equipe mandante para acessar o vestiário. Além de todo o nervosismo da partida, o técnico e seu auxiliar tiveram que lidar com as provocações e retardo da partida. Esse foi um dos motivos que levou o Marcelo Cabo a se exaltar. A manifestação foi extremamente contida e não há desrespeito. Ao ver que seu treinador e pai seria atacado de costas e de forma covarde, Gabriel agiu. A defesa roga pela absolvição dos denunciados, ou que seja aplicada a pena mínima já cumprida pelos denunciados”, pediu.
Pelo Brasil de Pelotas o advogado Alexandre Borba
“Me parece que o árbitro foi muito feliz no relato. O próprio Marcelo Cabo reconhece a provocação e ficou claro que não foi por parte do treinador Tencati. A verdade é que o Cláudio Tencati perde o jogo em casa num apagão de quatro minutos e o responsável pelo trabalho é o treinador que acabou sendo provocado verbalmente. Me parece que essa provocação evidentemente que é uma manifestação que não poderia se compactuar. A imagem mostra que quem está descontrolado é o Senhor Gabriel Cabo que acabou colocando álcool no fogo. Não poderíamos exigir outra conduta e não de repelir o empurrão que sofreu. Conduta absolutamente natural. A defesa postula a absolvição do treinador”, encerrou.
O relator do processo, auditor Eduardo Mello proferiu seu voto após as sustentações.
“Levando em consideração todo o contexto, a provocação do técnico Marcelo Cabo levou a uma confusão generalizada. Entendo que houve uma conduta contra à ética. Desclassifico para o artigo 258 e aplico uma partida de suspensão convertendo em advertência. Ao Gabriel Cabo podemos conflitar os depoimentos dele e do Tencati. Essa troca de empurrões não aparece nos vídeos. Ficou claro que o banco do Brasil foi pra cima do banco do Vasco. Mantenho no artigo 250 e aplico uma partida de suspensão sem conversão. Já o Cláudio Tencati empurrou de volta. Há uma participação dele. Mantenho no 250 e aplico uma partida convertendo em advertência”, explicou o relator.
Os auditores Gustavo Caputo e Alessandra Paiva acompanhara o relator na íntegra.
Já o auditor João Gabriel Maffei divergiu parcialmente. “Toda confusão originou na conduta do técnico Marcelo Cabo e não vejo como receber uma pena menor que os demais denunciados. Vou divergir para penar com duas partidas de suspensão no artigo 258 e uma partida a Tencati e ao Gabriel Cabo no artigo 250”, justificou.
Presidente da Comissão, Otacílio Araújo também divergiu parcialmente. “Ao Gabriel Cabo voto com o relator em uma partida. Ao Marcelo Cabo aceito a desclassificação para o 258 e aplico uma partida e também aplico uma partida a Claudio Tencati no 250”, concluiu.
Fonte: STJDMais lidas
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