Futebol

Foi bem nessa janela? Veja como o Vasco se saiu e entenda os critérios

A janela de contratações do meio da temporada do futebol brasileiro se encerrou nesta semana. A partir de agora, apenas jogadores que estavam sem contrato com outro clube podem ser inscritos até o dia 9 de setembro. É hora de fazer um balanço da atuação dos 20 clubes da Série A do Brasileirão neste mercado.

O blog listou cinco critérios de avaliação. Cada clube recebeu uma nota de 6 a 10 dentro dos critérios e da realidade individual das equipes. A média das notas em cada critério foi o resultado final.

Entenda os critérios:

A qualidade técnica dos reforços que chegaram;

O possível custo-benefício – valor de multa rescisória ou salário - dentro daquilo que os jogadores vêm rendendo, seja nos novos clubes ou recentemente;

O impacto imediato que tais nomes geraram nas equipes;

O quanto houve de melhora no elenco com as chegadas;

Como os reforços preenchem as carências prévias do elenco.

 

Avaliação do mercado dos clubes da Série A nesta janela de transferências

Equipes / Parâmetros

Qualidade dos Reforços Projeção de Custo-Benefício Impacto Imediato Relação de melhora ou piora do elenco Preenchimento de Carências Total
1° Botafogo 10 9 10 10 10 9,8
2° Cruzeiro 9 8 10 10 9 9,2
2° Corinthians 9 8 10 10 9 9,2
2° Flamengo 10 8 9 10 9 9,2
5° Fluminense 9 8 10 9 9 9
6° Atlético-MG 9 8 8 10 9 8,8
7° Grêmio 9 8 9 9 8 8,6
7° Palmeiras 9 9 9 8 8 8,6
9° Vasco 9 8 8 9 8 8,4
9° Atlético-GO 8 8 8 8 10 8,4
9° Bahia 9 9 8 9 7 8,4
9° Internacional 8 8 9 8 9 8,4
13° Juventude 7 8 8 9 9 8,2
14° Bragantino 7 8 7 9 8 7,8
14° Criciúma 8 8 7 9 7 7,8
14° Fortaleza 8 8 7 8 8 7,8
14° São Paulo 8 9 7 8 7 7,8
14° Vitória 8 8 8 8 7 7,8
19° Cuiabá 7 8 7 6 8 7,2
20° Athletico-PR 6 8 6 6 6 6,4

Botafogo: 9,8

O clube da Estrela Solitária gabaritou quase todos os quesitos. Já percebe os efeitos das contratações no rendimento da equipe. Almada e Igor Jesus são titulares e têm atuado muito bem. Matheus Martins, Allan e Carlos Alberto se mostram úteis na manutenção da qualidade e da intensidade do time. Vitinho, Alex Telles e Adryelson completam as lacunas que existiam no plantel com extrema qualidade.

Corinthians: 9,2

Mesmo em meio a dívidas e problemas políticos internos, o Timão conseguiu trazer jogadores que mudaram o nível do material humano disponível antes da janela. É verdade que terá que pagar valores um pouco acima do normal em alguns nomes, seja em multa ou salários, mas é o preço do péssimo planejamento inicial de 2024. Todos os setores do time titular tem algum contratado neste mercado.

Flamengo: 9,2

O Flamengo certamente teve que rever os planos que tinha originalmente para esse período do ano depois das graves lesões de Viña e Everton Cebolinha. Foi bem ao trazer Alex Sandro e Michael. Plata também é um bom nome para os lados do campo, e Alcaraz pode ser enfim o suplente mais confiável de Arrascaeta ou De la Cruz. Mesmo assim poderia ter buscado um nome de melhor resposta neste momento para revezar com Pedro no ataque.

Fluminense: 9

Quando a janela começou o Tricolor era lanterna do Brasileirão, mas trabalhou bem para suprir as carências do elenco e ainda oferecer novos perfis de jogadores a Mano Menezes. O jeito de jogar do time mudou bastante. Era necessário isso. Teve uma perda de reparação impossível neste momento, o volante André. Ganhou, porém, aquele que pode ser o melhor zagueiro do Brasileirão: Thiago Silva. Kevin Serna foi uma tacada muito certeira também.

Atlético-MG: 8,8

O Galo ajustou desequilíbrios em seu plantel, principalmente no sistema defensivo com as chegadas de Junior Alonso e Lyanco. Fausto Vera e, principalmente Bernard, ainda não tiveram o impacto esperado. Deyverson também busca adaptação, mas foi um bom alvo para ser reserva imediato no centro do ataque. Certamente o clube elevou consideravelmente a folha salarial e o efeito disso em campo precisa aparecer.

Grêmio: 8,6

Outro gigante bastante ameaçado nesta temporada, o Imortal não teve dúvidas ao acrescentar mais qualidade ao seu sistema ofensivo. Braithwaite, Monsalve, Arezo e Aravena chegam para elevar a disputa por posição na equipe e aumentar o leque de Renato Portaluppi. Havia, porém, algumas necessidades no sistema defensivo que não foram plenamente atendidas. Principalmente na suplência das laterais. A saída de Carballo também foi ruim para o elenco.

Palmeiras: 8,6

O Verdão trouxe dois ótimos nomes para o setor de articulação. Felipe Anderson e Maurício já têm sequência na equipe e Raphael Veiga perdeu espaço nos últimos jogos. Giay foi outra ação assertiva para a lateral-direita. Tem talento e potencial de revenda. O problema foi a não reposição de uma perda como Endrick. Mesmo com a boa temporada de Flaco López, ter mais um atacante em alto nível será determinante para buscar mais um título nacional.

Vasco: 8,4

O Gigante da Colina fez um mercado de características diversas. Tem ótimas apostas na parte técnica como os gringos Jean David e Maxime Dominguez. Repatriou Philippe Coutinho, que ainda não conseguiu entrar em forma e se livrar dos problemas físicos. Tem o veloz Emerson Rodriguez como alguém a ser desenvolvido. E Souza e Alex Teixeira como incógnitas neste momento. Faltou um olhar mais atencioso para o miolo de zaga.

Atlético-GO: 8,4

O Dragão tem um dos elencos que mais mudaram desde a última janela. Oito atletas chegaram. O nível técnico melhorou. Principalmente com o acréscimo de Joel Campbell no ataque. Jorginho e Lacava têm nível para brigar por vaga de titular. Gonzalo Freitas está acima dos outros volantes de contenção que o clube tinha no começo da competição. Talvez não seja o suficiente para se livrar da queda, mas o time será mais competitivo no 2º turno.

Bahia: 8,4

O Esquadrão fez um mercado pontual. Trouxe dois jogadores que devem brigar por titularidade. Lucho Rodriguez e Iago Borduchi. O primeiro tem muito talento para ser desenvolvido e potencial de revenda. Já decidiu contra o Botafogo na Copa do Brasil. Havia, no entanto, algumas necessidades para dar um salto maior de qualidade na temporada. Kanu e Gabriel Xavier fazem um bom campeonato, mas precisam de uma ‘’sombra’’ mais qualificada na defesa.

Internacional: 8,4

Com as quedas precoces em competições eliminatórias e a tragédia no Rio Grande do Sul, o Colorado precisou redefinir a rota financeira. Perdeu três jogadores que iniciaram a temporada como titulares, mas não viviam o melhor momento: Bustos, Aránguiz e Maurício. Bruno Tabata e Rogel são as principais chegadas. Extremamente competitivos. Certamente ajudarão nesta temporada de reconstrução. A lateral-direita é uma incógnita com Nathan e Aguirre.

Juventude: 8,2

Um dos menores orçamentos da Série A não permite ao Papo buscar nomes de muita relevância no mercado. Dudu Vieira e Ronnie Carrillo conseguiram dar boas respostas entre os nomes que chegaram. O elenco não perdeu peças relevantes, mas houve troca de treinador e o clube segue vivo na Copa do Brasil, o que vai exigir mais de um plantel que passou por problemas recentes de lesão.

Bragantino: 7,8

Dá para dizer que a relação entre perdas e ganhos do Bragantino nesta janela foi positiva. Não perdeu nenhum titular e trouxe Jhon Jhon, que chegou bem ao clube. É um mercado, porém, um pouco mais tímido em relação ao tradicional desde que a Red Bull assumiu. Fez apostas em jogadores ainda distantes do nível ideal de competição no futebol brasileiro. Isso pode ser um problema num ano de muita irregularidade dentro de campo. Não vive uma situação tranquila no Brasileirão.

Criciúma: 7,8

O Tigre tem uma realidade similar a do Juventude. Potencial de investimento baixo em relação a média da Série A, mas foi criativo e conseguiu melhorar o plantel. Dudu, Patrick de Paula e Pedro Rocha têm rodagem na primeira divisão e brigarão pela titularidade. Faltou, porém, atacar algumas necessidades para ter mais impacto nesta reta final de campeonato, principalmente no miolo de zaga e em opções mais goleadoras no ataque.

Fortaleza: 7,8

O Tricolor do Pici fez um mercado bem tímido. É verdade que faz ótima campanha no Brasileirão e possui elenco equilibrado. Pouca ou nenhuma disparidade de nível entre titulares e reservas. Neste quesito é o melhor da Série A. Mas isso não quer dizer que não tenha carências. Talvez a principal delas venha na perda da capacidade goleadora do time sem Lucero. Renato Kayzer só fez três gols em 24 jogos desde que voltou, dez deles como titular.

São Paulo: 7,8

O Tricolor do Morumbis tem como principal chegada o volante Marcos Antônio. Muita qualidade na articulação, mas ainda está se adaptando ao clube. Ruan Tressoldi, Jamal Lewis e Sebastian Longo completam as opções de reposição em funções de fato carentes, mas não oferecem muito impacto neste momento. Mesmo com boas entradas de André Silva no time, ainda falta um centroavante mais típico para substituir Calleri em determinados jogos.

Vitória: 7,8

Dez jogadores deixaram o elenco profissional desde a última janela. Seis chegaram. Um claro reflexo de algumas apostas equivocadas no início da temporada. Algumas delas comprometedoras financeiramente. Até em virtude disso, várias necessidades para reagir no 2º turno não puderam ser atendidas, principalmente na zaga e no setor de criação. Carlos Eduardo, Ricardo Ryller e Machado, três das novas contratações, têm sido titulares.

Cuiabá: 7,2

O Dourado tem feito sua pior campanha desde que chegou à elite do futebol brasileiro, e se depender da janela que fez a situação dificilmente mudará. Perdeu o lateral-esquerdo Rikelme e o atacante Deyverson, destaques da equipe no ano passado, e não repôs. Só contratou o meia Gustavo Sauer, de passagem recente irregular pelo Botafogo. Era, de fato, uma posição carente, mas há outras demandas importantes não resolvidas.

Athletico-PR: 6,4

O Furacão segue vivo em três competições no ano de seu centenário, e certamente o somatório desses fatores é o que gera tanta decepção com o mercado feito pelo clube. O elenco tem carências, mas somente o meia Bruno Praxedes foi contratado. Não vinha bem no Vasco e chega num patamar abaixo até do jovem meia João Cruz, revelado pelo clube. Há potencial de investimento no rubro-negro, mas faltou ação e agressividade para ter um plantel mais forte.

Fonte: ge