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Fique sabendo onde está o ex-lateral do Vasco de 1997, Cafezinho

O mundo, literalmente, dá voltas. Que o diga o ex-jogador Cafezinho. Após trocar socos com Romário, no Carioca de 1997 - no jogo em que o Baixinho marcou seu centésimo gol pelo Flamengo e comandou a goleada por 7 a 0 sobre o Madureira - ninguém poderia imaginar que o ex-lateral-direito se tornaria cabo eleitoral do hoje senador da República. Pois foi o que aconteceu 17 anos depois do incidente que transformou os dois brigões em amigos. Morando em Maceió, Cafezinho driblou o tempo e a distância e ligou para familiares e amigos no Rio pedindo votos para Romário.

“Saí na porrada com um senador, rapaz. Não imaginava isso nunca na minha vida. Foi marcante e hoje o homem ficou muito importante. Eu, minha mulher e meus filhos só não votamos nele porque moramos em Maceió. Mas pedi a minha família, que é muito grande no Rio, e aos amigos para que votassem no "homem". Espero que ele possa ajudar os jogadores que já pararam”, pleiteou Cafezinho.

Ao saber do empenho do ex-lateral em sua campanha para o senado, Romário ficou sensibilizado. “Que maneiro. Fico agradecido, se tiver oportunidade, diga isso a ele”, pediu o Baixinho, que não fala com Cafezinho há mais de oito anos, desde que o ajudou em um dos momentos mais dramáticos de sua carreira.

Em 2005, num jogo do Bom Jesus contra o rival Coruripe, pelo Alagoano, Cafezinho sofreu lesão que encerrou sua carreira.

“Eu tinha 38 anos quando um carrinho quebrou ao mesmo tempo a minha perna e o meu joelho direito. Passei um ano e oito meses com vários ferros na perna. Depois que tirei, precisei fazer outra cirurgia no joelho para andar, mas não consegui mais. Hoje manco e me arrasto. Nessa época, precisei resolver problemas no Rio e Romário pagou a passagem aérea. Ele é uma pessoa boa, só tenho que agradecer”, elogiou.

A deficiência na perna acabou não só com uma carreira movida à paixão e esforço, mas com o sonho de Cafezinho em fazer do neto seu novo sucessor. Ao contrário do filho João Henrique, que aprendeu com o pai os segredos da bola, o pequeno Kauã não terá a mesma sorte.

“Ensinei meu filho a bater na bola. Ele seguiu carreira, mas parou para voltar estudar. Queria fazer o mesmo com o Kauã, mas não dá por causa do problema na perna. O meu consolo é saber que o menino também é louco por bola”.

Apesar da deficiência na perna direita, Cafezinho continua na ativa em Maceió, onde até hoje é conhecido pelo apelido que herdou nos campinhos da cidade.

“Quando eu era pequeno um amigo formou um time de peladeiros e me deu esse apelido porque eu já gostava de tomar café. Foi o único nome que pegou”, relembra o ex-jogador, que hoje trabalha com política na capital alagoana.

“Depois que me aposentei passei a ajudar o vereador Kelmane Vieira, presidente do Câmara de Maceió. Estou do lado dele, sou de confiança, seu braço direito. Ele é como um pai para mim”, diz.

Após jogar por mais de duas décadas no futebol, quase sempre em equipes modestas como o CSA, CRB, Bangu, Madureira e Novo Horizontino, Cafezinho não esconde a saudade que sente da bola.

“Tenho 49 anos e minha vida toda foi jogando. Depois que parei, não aguentei ficar em casa. Tive que fazer alguma coisa para não continuar lembrando, ainda mais com essa deficiência na perna. Mas hoje, graças a Deus, tenho um trabalho para me entreter. Depois de 20 anos jogando, é difícil não lembrar”, frisa Cafezinho, emocionado.

Cafezinho vive em Maceió e relembra com carinho a época em que jogava

 

A briga entre Cafezinho e Romário: episódio ficou marcado

 

Cafezinho, de branco, na época em que defendia o Náutico

Fonte: O Dia