Fillipe Soutto trocou a faculdade pelo futebol
Aos 21 anos, Fillipe Soutto tem sido uma das gratas surpresas do time do Vasco neste início de temporada. E se ainda busca afirmação em sua trajetória profissional, fora de campo ele já se mostra diferenciado. Ao contrário da esmagadora maioria dos jogadores de futebol, o volante sempre teve uma vida confortável e foi longe nos estudos. Mas isso não significa estar menos disposto a enfrentar as dificuldades na busca pelo sucesso na carreira.
Com seu discurso firme e eloquente, Fillipe Soutto lembra que a convivência com seus companheiros desde as categorias de base do Atlético-MG serviu como um aprendizado. Algo tão importante quanto o que teve nos colégios particulares de Belo Horizonte nos quais cursou até o terceiro ano do ensino médio.
- Sempre achei legal conviver com pessoas de realidades tão diferentes da minha. Ver amigos com situação financeira mais complicada só me fez valorizar muito a minha. Felizmente cresci numa família estruturada, estudei em bons colégios e tive boa educação também em casa. Mas sempre foi positivo para mim estar junto de companheiros de classes sociais diferentes - destacou.
Fillipe Soutto prestou vestibular e foi aprovado no curso de Administração. No entanto, por causa do futebol, não conseguiu se matricular na faculdade. O sonho da graduação está apenas engavetado. Com o apoio da família, ele priorizou a carreira e enxerga o Vasco como uma grande chance de consolidação profissional.
- O estudo sempre caminhou paralelo ao futebol, até que num momento eu tive de optar. Quero cursar a faculdade, mas isso é mais para a frente. A prioridade é minha afirmação - frisou o volante, que planeja retomar no Rio de Janeiro as aulas particulares de inglês que cursava em Belo Horizonte.
Na concentração, Fillipe Soutto também vai na contramão da maioria dos companheiros de profissão. Internet, telefone e televisão ele diz usar somente o necessário. Nos hotéis, antes das partidas, prioriza o sono e os livros. Além da Bíblia, gosta de suspense dos autores Harlan Coben e William Landay.
- Gostei muito de Quando ela se foi e Não conte a ninguém, ambos do Coben, e de Em defesa de Jacob, do Landay. Também costumo ler biografias, como a do Rafael Nadal - disse o volante vascaíno, referindo-se ao tenista espanhol.
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