Filho de Dinamite fala sobre episódio da tribuna e acredita na permanência v
Na quarta-feira passada, Rodrigo não tinha carona para treinar no Vasco-Barra. Aos 16 anos, filho do presidente do clube, poderia simplesmente ignorar a mera formalidade que foi o último treino do ano na categoria juvenil. Acordou cedo, pegou um ônibus e não conseguiu chegar na hora marcada. Atraso perdoável diante da dedicação que o filho de Roberto Dinamite apresenta para se tornar jogador profissional. Perseverança semelhante à que lhe faz acreditar até o fim na salvação do clube, hoje, contra o Vitória.
Se depender do meu pai, o Vasco não cai disse Rodrigo, que tatuou a palavra Dinamite no braço direito sem que o seu pai soubesse. Acredito nele como profissional e como pessoa. Ele faz as coisas na vida da mesma forma que se dedica como pai. Tudo o que faz a gente apóia. Sempre que assume uma responsabilidade, dá conta. Quando promete, cumpre. Nunca vi o meu pai falar uma coisa e não fazer. Por isso, eu o admiro tanto.
Aos nove anos, Rodrigo acompanhou o momento mais triste da vida de Dinamite. Em 2002, pai e filho foram expulsos da tribuna de honra de São Januário. Rodrigo até hoje não consegue entender a atitude do ex-presidente Eurico Miranda.
O (Antônio Soares) Calçada (ex-presidente) e a mulher dele chamaram a gente para a tribuna e meu pai, com aquele jeito dele, não queria ir. Mas acabou cedendo. Não demorou muito, apareceu um pessoal dizendo que a gente não poderia ficar ali, porque não era convidado explicou Rodrigo. Mas não guardo mágoa. Ficar remoendo as coisas não leva a nada. Só acho que o Eurico não volta mais.
Em seu primeiro ano na categoria juvenil do Vasco começou em 18 de agosto deste ano Rodrigo começa a sonhar com o futuro como jogador. Sabe que para isso o presente é importante para fazer carreira e não ficar sob a sombra do pai. Atacante, garante ter um estilo diferente do velho Dinamite. Nas palavras, mostra personalidade e repete o discurso de Edmundo, do qual é fã incondicional, ao falar sobre a luta contra o rebaixamento na última rodada do Brasileiro.
Acho que o mais difícil é o Vasco ganhar. O Vitória é chato comentou Rodrigo, que acredita em dois resultados. O Santos vence o Náutico e o Internacional segura o Figueirense. O Flamengo não vai arrumar nem um empate com o Atlético-PR na Arena.
Dupla com Romarinho
A rivalidade com o Flamengo fala alto, mesmo para quem vive a relação sadia de seu pai com Zico, maior ídolo do rival. Antes do Vasco, Rodrigo jogou no Fluminense. Em seu início de carreira, não escapa da badalação e já incorporou Dinamite ao nome. Num recente amistoso do time juvenil, comandado pelo auxiliar técnico Luiz Paulo, no Espírito Santo, Rodrigo teve a seu lado Romarinho, que fez um gol na goleada de 8 a 0 sobre o Castelo.
Seria muito esquisito jogar no Flamengo afirmou Rodrigo, que considera a derrota no clássico com o Flamengo por 1 a 0, gol contra de Jorge Luiz, o resultado mais doído do ano. O Flamengo não fez nada para ganhar aquele jogo.
Alvo da ira dos torcedores, Jorge Luiz não escapa das críticas do filho do presidente, que, apesar disso, prefere não culpá-lo pela crise.
Alguns erros são de um juvenil. Mas aconteceu com todo mundo comentou Rodrigo, que sempre conversa com seu pai sobre os resultados do Vasco. Ele lamentou muito a derrota para o São Paulo. Tinha certeza de que ganharíamos aquele jogo.
Hoje, ele considera Madson o jogador que melhor reflete o sentimento do torcedor no gramado. O rebaixamento é algo abominável em sua visão. O discurso de que a queda pode beneficiar uma reestruturação passa longe.
Pergunta lá no Flamengo se eles queriam ser rebaixados? Claro que não esbravejou. Se o Vasco cair, vai ser uma pancada para o futebol do Rio e do Brasil.
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