Futebol

Fernando Prass: "Meu futuro está aqui"

Com passagens por Coritiba e União Leiria, de Portugal, Fernando Prass chegou à Colina sem muito alarde. Mas bastaram oito meses para o goleiro se destacar na equipe e se candidatar a ídolo. Com grandes defesas, o camisa 1 foi determinante no retorno do Vasco à Primeira Divisão e pode ajudar a equipe a garantir hoje o título antecipado da Série B. Único vascaíno que disputou todos as partidas da competição, Prass revelou os detalhes da triunfal campanha vascaína em 2009.

“Quando cheguei aqui, me disseram: ‘Isso é um caldeirão que vai explodir. O time está quebrado. Se vocês não subirem, estarão mortos’. Mesmo assim, apostei na reestruturação do clube, me expus e hoje estou muito orgulhoso”.

Mas o começo não foi fácil. Com Tiago em grande fase no Estadual, Prass esperou longos quatro meses para ter a primeira chance. Enquanto a oportunidade não vinha, ele buscou motivação nos filhos, os gêmeos Caio Fernando e Helena, de 2 anos. No campo, treinava com obstinação. Em casa, trocava fraldas. Uma jornada dupla que lhe custou olheiras, cansaço e alegria. “Troquei muita fralda, aprendi a cuidar muito bem deles. Minha mulher fala que, mesmo quando minha sogra está em casa, não consegue deixar os gêmeos com ela, só deixa comigo”, diz.

A recompensa pela dedicação chegou na véspera da estreia da Série B, por azar de Tiago, que machucou o joelho.

“A minha história nos clubes em que passo é a mesma. No momento inicial, é difícil, mas depois as coisas correm bem para mim. No Coritiba, diziam que eu era muito jovem para ser titular. Tinha apenas 22 anos quando me firmei. Em Portugal, sofri uma lesão nas primeiras três semanas, mas depois consegui a posição e, no Vasco, tive que esperar muito tempo para jogar”.

Futuro na Colina

Depois da estreia, Prass não saiu mais do time. A cada partida aumentava a identificação com a torcida. Ainda assim, o goleiro não se considera ídolo. “No Coritiba, fui ídolo, porque fui bicampeão paranaense e ajudei o time a conquistar uma vaga para a Libertadores depois de 18 anos. No Vasco, ainda estou construindo a minha história. Tenho uma identificação muito grande com a torcida, mas não podemos banalizar a palavra ídolo. Tem que ser um cara diferenciado”.

O goleiro terá tempo para cair de vez nos braços da torcida. Seu contrato com o Vasco vai até dezembro de 2010 e, até lá, ele espera ganhar títulos, a começar pelo da Segundona. “Eu podia vir aqui jogar a Série B, ser campeão e ir embora. Mas o Vasco está saindo de um caminho ruim para encontrar um rumo. Sinto que estou participando da reconstrução e isso te faz identificar mais com o clube. Meu futuro está aqui”.

Fonte: O Dia