Fernando Miguel fala sobre passagem pelo Vasco e detalha saída
Após três temporadas pelo Vasco, Fernando Miguel resolveu mudar de ares. Com o rebaixamento para a Série B, o antigo capitão da equipe foi defender o Atlético-GO, que estreia no Campeonato Brasileiro fora de casa contra o Corinthians, neste domingo, às 18h15 (de Brasília).
O experiente goleiro revelou à ESPN os motivos pelos quais trocou de equipe no fim da temporada e a expectativa para o ano de 2021 no time goiano.
“A parte do desgaste pesou. Alguns atletas ficam mais expostos. Não reclamo disso porque faz parte do futebol brasileiro. Quem se expõe mais é responsabilizado por uma série de coisas que não passam pela gente. Tentei sempre fazer o melhor para o clube e não me arrependo de ter feito esse papel. Nunca me omiti durante a carreira. Isso gerou um desgaste por causa do rebaixamento, e ficou bastante difícil para mim e para o clube”, disse ao ESPN.com.br.
Apesar dos problemas, ele disse que a saída foi em comum acordo com o Vasco.
“Dentro das propostas que apareceram, a do Atlético-GO foi a que mais me chamou atenção pelo crescimento do clube e pela forma como eles pensam futebol. Eles encaram o dia a dia com muita seriedade e as competições que tem pela frente. Temos uma temporada longa pela frente”, afirmou.
Após cair na primeira fase da Sul-Americana e não ter ido às finais no Estadual, o Atlético-GO busca melhorar a posição do ano passado no Brasileiro, a melhor da história do time na era dos pontos corridos.
“O clube tem se organizado e não quer alcançar os objetivos aos trancos e barrancos. Temos um processo de evolução e crescimento. A estrutura é fantástica, o CT tem tudo que precisamos. Eles se empenham em entregar o melhor para os jogadores. Não queremos ser uma equipe que vive de altos e baixos, mas que seja estável. É uma equipe madura e vencedora”.
“É um clube disposto a jogar futebol e estou muito feliz em estar inserido nesse processo. Espero que no fim da temporada a gente fique feliz”, afirmou.
Aos 36 anos, Fernando Miguel pensa em permanecer no futebol – seja como treinador ou dirigente - depois que parar de jogar.
“Meu foco ainda está em jogar. Ainda tenho vontade de crescer e quero experimentar grandes momentos. Quero ser lembrado por conquistas e preciso continuar empenhado. Tenho um caminho longo e tenho muito vigor. Não tive lesões nos últimos anos. Fora de campo, tenho estudado para que depois possa tomar uma melhor decisão.
Veja outros assuntos da entrevista:
Chegada ao Vasco
Me tornei um dos goleiros com mais partidas na história do Vitória depois de cinco anos. Eu penso em evoluir junto com o clube, nunca me coloco como prioridade. A minha saída do Vitória foi por uma série de desgastes e passamos por um período estagnados. Tinha um problema político que parecia não ter fim. Eu vi que meu ciclo se encerrou e as oportunidades aparecerem quando o Vasco veio. Era um centro que gostaria de jogar e um projeto que estava querendo a minha chegada.
Passagem pelo Vasco
Tenho certeza que foi uma boa passagem. Minha chegada foi porque o Martín Silva, que era o titular, ficaria muito tempo fora por causa da Copa do Mundo de 2018. Eles queriam mais um atleta para a posição. Não queria ser tampão e fiz um contrato de dois anos. Na minha mente era trabalhar para que pudesse ter o maior êxito possível. Fui feliz em 2018 em momentos decisivos dentro de campo para que ficássemos na primeira divisão. O Vasco tem o aspecto político muito evidente e em alguns momentos acarreta alguns percalços no clube.
Vice do Carioca
O ano começou diferente e com um trabalho com o Valentim desde o começo. Foi promissor depois que vencemos a Taça Guanabara de forma invicta e levamos somente dois gols em oito jogos. Passamos a ter mais dificuldade depois que perdemos a Taça Rio para o Flamengo no último minuto. Fomos derrotados nos pênaltis e depois perdemos a final do Carioca para o maior rival. Aí, teve uma quebra de trabalho com a saída do Alberto Valentim e a chegada do Vanderlei Luxemburgo. Eu passei por uma lesão depois do Carioca e tivemos outra retomada. Chegamos a vislumbrar uma vaga na Libertadores e quebramos alguns tabus. Foram dois anos que pude estar em evidência e que foram bons para o clube.
Problemas em 2020
Ano passado começamos com muitas dificuldades na parte financeira. O ano começa com os atletas bastante desconfortáveis. Fazer a gestão disso e sem perspectiva de solução é bastante difícil. Infelizmente culminou para o rebaixamento. Foi algo bastante negativo e que mexeu bastante comigo no sentido de autoestima. Sempre coloquei os objetivos em primeiro plano, mas por diversas razões caímos. Foi algo muito triste. O aspecto financeiro é o grande calcanhar de Aquiles do clube. A parte política é histórica, sempre foi assim.
Melhores momentos no Vasco
É um clube histórico, de lutas e que me deu muita satisfação por ter passado por lá. Tive bons e maus momentos, mas os bons foram mais marcantes. No geral foi muito bom. Em 2018 foi bem complexo porque muitos não acreditavam que iríamos permanecer. Não é fácil jogar em equipes que passam por dificuldades. A gente precisava ser cirúrgico e ter cuidado tanto dentro quanto fora de campo. Fui extremamente feliz pela oportunidade de ter jogado no Vasco e só lamento que não conseguimos brigar por coisas maiores. Tenho maior respeito e carinho pela instituição.
Fonte: ESPN BrasilMais lidas
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