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Ferj ajudará clubes do Rio a não serem meros coadjuvantes

A crise no futebol carioca tomou uma proporção tal que impeliu a direção da Federação a agir. Nesta quarta-feira, o presidente Rubens Lopes deu o primeiro passo para, pelo menos, discutir o problema ao promover um encontro que reuniu jornalistas e integrantes da diretoria do Botafogo – considerada pela Ferj como modelo de gestão – e o presidente Maurício Assumpção.

Uma das ideias principais anunciadas pelo presidente foi a criação do Corredor do Futebol.

– Esse projeto, que já está em andamento, consiste em fazer em várias cidades do interior o que foi feito em Volta Redonda: a construção de um estádio onde, além do campo de futebol, haja salas de aula, centro médico, ou seja, um centro de cidadania. E que tenha, ainda, um local para a prática do esporte. E, desses núcleos, podem surgir talentos que seriam aproveitados os nos próprios clubes do interior ou nos grandes da capital – explicou Rubens.

No encontro desta quarta-feira, além da constatação da total supremacia de São Paulo no formato de pontos corridos no Brasileiro, a Ferj mostrou levantamentos que ajudam a explicar a situação. Como os números da Lei de Incentivo ao Esporte, do Governo Federal, que só em 2008 rendeu ao São Paulo mais de R$ 25 milhões para a execução de projetos apresentados pelo tricolor paulista e aprovados pelo governo – como melhorias no CT, aquisição de equipamentos para a preparação física e departamento médico.

– Todo ano temos R$ 400 milhões destinados a projetos no esporte. Na anos passado, apenas R$ 70 milhões foram utilizados, e nada veio para o Rio. Além da isenção de impostos que o São Paulo conseguiu, até clubes que não tem futebol no estado, como o Pinheiros, foram agraciados. Ou ainda o Uberlândia, que nem na Série B está. É preciso que os clubes do Rio aproveitem essa oportunidade – disse Rubens.

Hierarquia

Representando os jogadores, o técnico Alfredo Sampaio reclamou da falta de disciplina.

– No Flamengo, o Cuca saiu porque bateu de frente com o lateral (Juan) que não queria treinar. Eu caí no Vasco porque bati de frente com o Edmundo. Então, enquanto não houver comando, o Rio não vai adiante.

O presidente do Botafogo propôs um Estadual mais forte, para que os clubes não se iludam e depois sofram no Brasileiro.

– É preciso principalmente que os chamados clubes pequenos se fortaleçam, para que ofereçam mais resistência e mostrem aos grandes quais são suas reais possibilidades e onde estão os pontos fracos.

Segundo Rubens Lopes, a reunião desta quarta-feira foi o primeiro de uma série de eventos que a Federação organizará até o fim da temporada para discutir a melhoria do futebol do Estado.

– O Corredor do Esporte e a Lei de Incentivos são coisas que ajudarão a médio prazo. Mas temos de fazer algo já para o ano que vem, sob risco de, se isso não acontecer, o Rio virar um mero coadjuvante.

Fonte: Jornal do Brasil