Torcida

FERJ afirma que CBF não se manifestou sobre inversão de torcidas

A decisão de manter a inversão dos setores das torcidas de Fluminense e Vasco no clássico deste domingo, no Maracanã, não teve qualquer influência da CBF. A entidade que organiza o Campeonato Brasileiro recebeu um ofício da Ferj (Federação de Futebol do Rio de Janeiro) na última terça-feira, foi convidada para participar de uma reunião, mas não compareceu e nem enviou resposta. Integrantes da Polícia Militar ouvidos pelo UOL Esporte disseram aprovar os novos acessos.

O Fluminense acertou contrato por 35 anos com o Complexo Maracanã Entretenimento S/A e definiu o lado direito das cabines como seu setor. O Vasco, que tradicionalmente ficava neste espaço antes da reforma da arena para a Copa do Mundo, se posicionou contra e teve o apoio da Ferj. A CBF não enviou representante para mediar o encontro e o pedido tricolor acabou sendo acatado.

“A competição é organizada pela CBF e ela poderia ter batido o martelo, decidido. Convocamos o Virgílio Elísio, diretor de competições, para tentar intermediar um acordo. Ele não compareceu por conta de um compromisso médico e não obtivemos uma posição da CBF. Resolvemos com todos que infelizmente vamos manter o que está programado”, declarou o presidente da Ferj, Rubens Lopes.

Apesar da irritação vascaína, a mudança acabou não sendo vista como problema para o Gepe (Grupamento Especial de Policiamento nos Estádios). Isso porque o trajeto das torcidas organizadas se do Vasco se dá pela Quinta da Boa Vista, próxima aos portões de entrada. Os torcedores do Fluminense, que são escoltados do Méier, não terão que contornar o estádio para entrar no Maracanã.

O argumento da segurança, porém, foi utilizado pelo time de São Januário e pela própria Ferj para tentar manter as entradas tradicionais. Policiais que estavam na reunião e foram ouvidos pelo UOL Esporte disseram que a inversão não trará problemas. O efetivo da PM contará com 250 homens dentro do estádio, 400 do lado de fora e 30 viaturas. Outros 600 seguranças particulares estarão na parte interna.

“A preocupação com a segurança foi o que motivou o pedido de que a tradição fosse mantida excepcionalmente para este clássico. Pelo fato de não ter sido divulgada com antecedência a inversão das torcidas, pela falta de informação com os caminhos. Mas a PM, de maneira firme, disse que vai dar segurança para a partida, faça chuva ou faça sol”, disse o presidente da Ferj.

Representantes de torcidas organizadas do Vasco protestaram na frente da Ferj na última quarta-feira e prometeram boicotar a partida. O presidente Roberto Dinamite apoiou a decisão e disse que não iria ao Maracanã neste domingo se fosse torcedor. O Fluminense não deve mais se posicionar sobre o assunto.

Fonte: Uol