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Feminino Sub-20: Conheça Pimentinha, atleta do Vasco

O principal objetivo da CBF Social é fomentar ações de responsabilidade social através do esporte. A vida de Nayra Quaresma foi atingida por essa máxima da instituição e nunca mais foi a mesma. Em 2018, os caminhos do projeto e da jovem se cruzaram pela primeira vez. De lá para cá, ‘Pimentinha’, como é conhecida, despertou para o futebol e hoje tem a honra de vestir a Amarelinha pela primeira vez com a Seleção Feminina Sub-20.

Natural da Ilha Trambioca, interior do Pará, Nayra Quaresma sempre batalhou pelo sonho de se tornar jogadora de futebol. Desde o time amador, montado pelo pai e pelo primo, até uma bolsa que a levou a mostrar seu talento nos campos da Noruega, foram muitas idas e vindas no esporte. Mas quando já não tinha grandes aspirações e oportunidades, a jovem, por meio de um amigo da escola, soube de um evento da CBF Social que seria realizado em Belém.

Aquele dia se tornaria um divisor de águas para Nayra. Ela não sabia, mas lá estavam presentes olheiros de clubes do Pará à procura de jovens talentos. Após a ‘peneira’, veio a notícia. Quatro clubes estavam interessados no futebol de Pimentinha: Remo, Pinheirense, ESMAC e Tiradentes. Naquela ocasião, um pedido mais que especial, feito pela sua mãe, também não sai da memória da paraense.

“Me lembro até hoje do olhar da minha mãe no portão de casa, quando saí às 3h da manhã para ir ao evento da CBF Social. Quando eu voltei, lá estava ela também me esperando para saber como foi. Quando disse do interesse dos quatro clubes ela chorou muito e disse: ‘Filha, quando você saiu de casa eu olhei para o céu e disse: ‘Deus, se for da tua vontade que minha filha seja jogadora de futebol mesmo, que o Senhor abra as portas hoje na vida dela’. Eu até brinquei com ela, dizendo que era para eu ser jogadora mesmo, porque ele abriu quatro (risos)”, relembrou, antes de falar da importância da CBF Social em sua vida.

“Depois do projeto que a CBF fez, com a CBF Social, foi a partir deste momento, em que a CBF abriu as portas para mim que, graças a Deus, a minha vida como atleta foi só crescendo e tive a oportunidade de passar por vários clubes do Pará. Então sou muito grata pelo projeto, fico muito feliz por ter participado, por Deus ter aberto portas na minha vida e ter colocado a CBF lá naquele dia”, completou Nayra.

Mesmo com tão pouca idade, Nayra já tem objetivos de vida bem traçados. Integrante da Canarinho e do Vasco da Gama, a atleta de 18 anos quer retribuir a oportunidade que ela recebeu pela CBF Social com jovens que, assim como ela, batalham pelos seus sonhos sem o apoio ideal. No futuro, Pimentinha quer criar um projeto próprio em benefício das crianças e adolescentes de sua região, em Barcarena (PA).

“O meu maior sonho é vestir a camisa da Seleção Principal. Mas antes disso, tenho a vontade de montar um projeto onde moro, para dar oportunidades para crianças, adolescentes que têm um sonho, mas não têm ajuda e estrutura. A gente vê muitas pessoas desistindo dos sonhos por isso. Meu sonho era ser jogadora de futebol, se eu não tivesse conseguido, não sei nem o que seria da minha vida. Tem muitos jovens em busca de oportunidade, e eu quero ser essa pessoa, de chegar e falar: ‘Esse é o projeto, aqui está sua oportunidade, vou lutar junto com você na busca do seu sonho’. Porque assim como conquistei o meu sonho, quero que mais jovens conquistem também. Então criar esse projeto para realizar sonhos é também meu maior sonho hoje”, concluiu.

"A partir do momento em que a CBF abriu as portas para mim com a CBF Social, minha vida como atleta só cresceu. Sou muito grata por esse projeto"

Com passagens por Iranduba, Remo e Pinheirense, Nayra chamou a atenção de outro grande clube: Vasco da Gama. Desde outubro de 2020 no Rio de Janeiro, a jovem paraense disputou o Campeonato Feminino A-2 e o Campeonato Carioca com a nova equipe. Foi defendendo as cores do Cruzmaltino, inclusive, que Pinhetinha recebeu a notícia de que havia sido convocada pelo técnico Jonas Urias para a Seleção Feminina Sub-20.

“Quando saiu a lista da convocação e vi que meu nome estava lá, não tive nem reação. Minha única reação foi chorar e abraçar as meninas que estavam perto de mim no treino, querer contar para os meus pais, comemorar com eles. Só queria abraçar as pessoas que estiveram do meu lado e chorar, porque foi uma sensação muito incrível. Até hoje, não consigo explicar. Às vezes olho ao redor aqui (na Seleção), e falo: ‘Nossa, não acredito que consegui’. É uma grande conquista em minha vida”, destacou a jovem.
 

Foto: Thais Magalhães/CBFPimentinha
Pimentinha


 

Fonte: CBF