Futebol

Fellipe Bastos fala em aumentar sua permanência no Vasco

A crise ainda nem havia chegado a São Januário e Fellipe Bastos começava o ano com o pé esquerdo. Em um acidente de trabalho na primeira semana da pré-temporada em Atibaia, o volante fraturou a mão direita ao cair sobre ela. Volta ao Rio, cirurgia e parada por pelo menos seis semanas. Fora de cena, ele treinava a parte física enquanto o Vasco colecionava derrotas em seu pior início de Campeonato Carioca. Coincidentemente, o seu retorno veio junto com os triunfos. O pé esquerdo deu lugar ao pé quente, que aqueceu ainda mais na goleada de 6 a 1 sobre o Comercial-MS, ao marcar um gol de falta:

— É verdade, estou sendo pé quente. Mas sabemos que o futebol é de altos e baixos, este é o momento alto. Espero ficar nele um pouco.

Pé quente e bem calibrado. Os três gols marcados com a camisa do Vasco foram em cobranças de falta. O primeiro logo na estreia pelo clube, em setembro do ano passado contra o Ceará pelo Brasileiro. E vaga garantida no time.

Inspirado por Branco e Juninho Pernambucano, Bastos calibra a pontaria nos longos treinamentos de cobrança de falta. E não é de hoje. Desde a base do Botafogo e da seleção brasileira, o volante costumava deixar a bola nas redes. Inclusive tendo como um dos professores o próprio Branco, em 2007:

— Sempre tive esta característica. Na seleção, marquei uns três ou quatro gols assim. E o Ricardo sempre diz: “acerta o gol e transfere a responsabilidade para o goleiro”. Vem dando certo.

Com a confiança do técnico Ricardo Gomes, a quem credita o resgate do Vasco neste início do ano, Bastos recomeçou 2011 contra o América, na goleada de 9 a 0. Sem ritmo de jogo depois de mais de um mês parado, entrou e parece ter conquistado a vaga. Mas ele não se engana.

— O Vasco tem o Rômulo, o Jumar, o Eduardo Costa, que pode ser primeiro ou segundo volante, que não vão me deixar em paz. Não tem titular absoluto, mas quero ser titular sim — admitiu.

Depois de já ter rodado um pouco o mundo, Bastos, de apenas 21 anos, aceitou a proposta do Vasco e voltou ao país para cuidar da mulher Rafaela, com tuberculose. E encontrou novo lar no Vasco, onde tem contrato por empréstimo até junho.

— Quero muito ficar, o clube me acolheu bem. A meta é ir bem no Vasco e ir para as Olimpíadas. Dá tempo ainda — acredita ele, que espera continuar com o pé na forma e quente.

(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal O Globo)

Fonte: Jornal O Globo