Futebol

Felipe: "Seria uma satisfação voltar para o Vasco"

Há quase três anos no futebol do Qatar, Felipe acha que é hora de voltar. E o caminho mais bem traçado é mesmo o do clube no qual foi revelado, o Vasco. Nesta entrevista exclusiva ao LANCE!, o craque conta o esforço que vem fazendo para conseguir sua liberação, reafirma o carinho pelo Vasco, revela que um dos motivos que o fazem querer voltar é buscar nova chance na Seleção Brasileira e assume que seu grande arrependimento foi perder a cabeça ao agredir um adversário numjogo do Fluminense, em 2005.

LANCE: Afinal, o Felipe vem ou não vem para o Vasco? Eurico (Miranda, presidente interino) já afirmou que sim...
Não posso afirmar que sou 100% do Vasco. Mas se conseguir a liberação do Al Sadd, o clube que está mais próximo de me contratar é o Vasco, sem dúvida.

L: Como é a sua relação com Eurico Miranda atualmente?
Já tivemos alguns atritos no passado, mas eu era muito jovem. Eurico é uma pessoamuito boa de se relacionar. Acredito que você possa até falar mal dele, mas não do Vasco da Gama, a instituição, que ele defende demais.

L: E o que acha de voltar ao clube pelo qual foi revelado?
A minha relação com o Vasco é muito boa. Foi o clube que me projetou para o futebol, pelo qual ganhei os títulos mais importantes da minha vida. Tenho muito carinho, conheço do roupeiro ao presidente e me sinto muito à vontade lá. Seria uma satisfação enorme voltar a jogar no Vasco.

L: Quando você atuava pelo Flamengo, muito se falou que seu pai não ficou muito feliz e gostaria de vê-lo novamente no Vasco. É verdade?
Não tem muita história. Meu pai é vascaíno e preferia me ver jogando no Vasco. Ele não torcia pelo Flamengo. Só mesmo pelo meu sucesso. Sou profissional e sempre honrei a camisa de todos os clubes que defendi.

L: Há pouco tempo, Roberto Horcades, presidente do Fluminense, disse que você foi dispensado pelo clube por problemas de disciplina. O que acha disso?
Sou uma pessoa muito tranqüila, sempre fiz amizade por onde passei. No Fluminense, fiz uns bons jogos, mas realmente não tive um bom desempenho como quando estive no Vasco e no Flamengo. Mas joguei pouco tempo, isso dificultou. Isso faz parte do passado, não teria problemas em voltar a jogar no Fluminense, pois tenho uma relação boa com o Celso Barros (presidente do principal patrocinador do Tricolor).

L: E Seleção Brasileira, ainda pensa numa nova convocação?
Se falar que não penso, estaria mentindo. Claro que penso. É o sonho de todo jogador, já tive essa felicidade e pretendo, sim, voltar um dia. A concorrência é grande, mas depende do treinador que estiver lá. Cada um tem a sua preferência.

A Seleção é um dos grandes motivos pelos quais quero voltar a jogar no Brasil. Quem sabe se nos próximos dois anos eu me dedicar possa estar na próxima Copa.

L: Você conversou com Dunga ou Jorginho sobre essas chances?
Não conversei com eles. Tive a alegria de jogar com o Jorginho no Vasco, um profissional exemplar e uma pessoal sensacional. Ele conhece minha personalidade e meu caráter, isso ajuda bastante.

Quem sabe eu não possa voltar à Seleção Brasileira.

L: E como é a sua vida no Qatar?
É um futebol diferente, mas a vida no Qatar é excepcional. Tanto que estou tentando conseguir a liberação na base da conversa, sem brigar. Não adianta falar que nem eu nem minha esposa não queremos mais viver lá, porque eles sabem que estou muito bem adaptado e me dou bem com todos. Acho difícil que me liberem, mas farei o possível. Eles pretendem que eu continue lá ajudando no crescimento do futebol. É diferente, mas muitos brasileiros vivem lá.

É difícil, mas de repente pela amizade que tenho com eles, consiga a liberação.

L: Aos 30 anos, mais maduro, se arrepende de algo na vida?
A única coisa da qual eu me arrependo foi de ter perdido a cabeça no jogo do Fluminense, pelo qual peguei a suspensão de quatro meses. Mas isso é passado.

Acredito que meu saldo é mais positivo do que negativo.

(N.R: Em março de 2005, Felipe foi suspenso por 180 dias pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva por ter agredido com um soco o jogador Marcos Mendes, do Campinense, pela primeira fase da Copa do Brasil. Pouco tempo depois, o apoiador deixou o Fluminense.)

Fonte: Lance