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Felipe reencontra seu Altair, vendedor de cuscuz de São Januário desde 92

Quando acertou seu retorno ao Vasco, Felipe comemorou o fato de poder estar próximo novamente de ex-companheiros, de funcionários antigos do clube e do carinho da torcida vascaína. E, ontem, em São Januário, o meia também reencontrou o cuscuz de Altair Romão.

Altair vende doces como cuscuz e cocada no clube desde 1992. Segundo ele, Felipe foi um de seus clientes mais assíduos desde os tempos da base.

– Vendimuito cuscuz para o Felipe. No começo, quando era da base, não tinha dinheiro e eu o deixava pegar alguns doces sem cobrar, mas com a promessa de que me pagaria quando virasse profissional.

Quando começou a fazer sucesso, fez questão de pagar e passou a comprar ainda mais – disse Altair.

Assim que deixou o treino físico da manhã de ontem, Felipe, ao avistar o vendedor, pediu para que ele o esperasse, pois queria \"ter uma conversa\". Altair entendeu o recado: – Felipe pediu para esperá-lo. Ele queria ter uma conversa comigo após o treinamento. Sei que ele quer um cuscuz (risos).

Quando reencontrou o vendedor, Felipe o abraçou carinhosamente, trocou algumas palavras e matou a saudade do cuscuz. E em grande estilo. Afinal, foram pouco mais de oito anos longe de São Januário.

– O Altair é uma pessoa que me ajudou quando eu era da base. É uma pessoa querida e não vejo porque não ajudá-lo também. Comprei logo todo o tabuleiro. Vou comer e dividir com o pessoal do time – falou Felipe, enquanto levava a bolsa cheia de doces para o vestiário do clube.

– Desde que voltei ao Brasil, tenho reencontrado muitas pessoas que fizeram parte do meu início de carreira no Vasco. O Altair é uma delas.

PC diz que o cuscuz dá sorte

Assim como Felipe, PC Gusmão também é um cliente antigo do cuscuz do Altair e, ontem, fez questão de relembrar os velhos tempos.

— Conheço o Altair desde o meu tempo de auxiliar-técnico (fim da década de 90). Como fiquei muito tempo fora, comprei um para matar a saudade (risos) – disse.

Além de aprovar o doce, PC garantiu ainda que o cuscuz do Altair pode trazer sorte ao time.

– Já falei para o Altair aparecer mais vezes, pois, na minha época, quando comíamos o cuscuz, a vitória era certa. É o cuscuz da sorte – completou o treinador.

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São muitos anos vendendo seus doces aqui em São Januário?
Sim. Muito tempo. Há 20 anos estou aqui. Vendo meus doces em São Januário desde 1992. Já vi muita coisa acontecendo por aqui. Fiquei amigo de muitos jogadores e de treinadores.

E nesse tempo todo, quais jogadores o procuravam mais?
Uns compram mais, outros menos. São muitos jogadores. O Felipe, por exemplo, sempre comprava. Ele e o Pedrinho. Os dois normalmente andavam juntos aqui em São Januário desde as categorias de base.

O Felipe voltou agora. Mas os outros jogadores do atual elenco também o procuram?
Fico próximo ao estacionamento e os jogadores já me conhecem. Eles passam aqui e, algumas vezes, compram um cuscuz ou uma cocada.

(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal Lance)

Fonte: Jornal Lance