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Felipe evita provocações, mas diz que não deixará de comemorar caso marque c

Aos 32 anos, com passagem pela seleção e por cinco grandes clubes brasileiros, Felipe acumula títulos e fãs. Campeão da Libertadores e bicampeão do Brasileiro pelo Vasco, o atleta volta ao clube depois de oito anos longe. E a reestreia acontecerá justamente contra o Flamengo, onde ganhou o Carioca de 2004 em cima do Vasco, que o revelou para o futebol. Isso, é claro, se o técnico Paulo César Gusmão escalá-lo.

— Se vou jogar? Acho que sim... espero que sim — respondeu, sorrindo, a principal contratação do clube.

Alçado ao posto de líder do grupo, Felipe diz que a braçadeira de capitão não vai mudar seu comportamento dentro de campo. Lateral-esquerdo no início da carreira, mudouse para o meio-campo e foi atacante no Flamengo. No Qatar, jogava como meia-atacante ou volante. Quem pretende saber qual Felipe encontrará em campo, no entanto, terá de esperar até domingo.

— Ainda não sei a posiçãoque vou jogar. No ataque, você fica mais descansado para correr quando a bola chegar — explica o confiante jogador. — Desde que comecei a jogar, os torcedores se acostumaram a me ver driblando, se eu fizer o bêaacute;-bá, vão me ver mal.

Felipe admite que vai faltar ritmo no começo e lamenta não ter sido regularizado a tempo de enfrentar o AtléticoGO. Éder Luís, Carlos Alberto e Zé Roberto esperam a mesma autorização para jogar. O excesso de jogadores experientes em posições semelhantes não é um problema aos olhos de Felipe: — Essa dor de cabeça não é minha, mas acredito que todos possam jogar juntos. O importante é ajudar na marcação, se revezando quando estiver sem a bola.

O clássico marcará também o retorno de Felipe ao Maracanã e o reencontro com a torcida vascaína. Da última vez que atuou no estádio, o atleta defendia o Fluminense.

— A ansiedade é grande. Há bastante tempo não vejo o Maracanã lotado e não disputo um grande clássico, como Flamengo e Vasco. Dá um friozinho na barriga, mas a gente tira de letra — revela. — Quando se está um pouco cansado, a torcida te puxa e você dá um algo a mais. Mas se ela te vaia, você pode cair de rendimento.

Por isso, peço paciência.

Felipe não cutucou a torcida rubro-negra, mas afirmou que, caso marque no clássico, não deixará de comemorar. Lamentou, no entanto, que fazer gols não seja sua especialidade.

— Isso faz parte da carreira do jogador. É o clássico que todo jogador gosta de jogar — disse Felipe, que prevê dificuldades.


— Entrosamento vai faltar, mas temos que atenuar com bastante conversa.

Felipe disse ainda que a chegada dos principais reforços é acrescida de uma responsabilidade: satisfazer os familiares.

Fervorosos torcedores do Vasco, já garantiram lugar no Maracanã no próximo domingo: — Já me pediram ingresso para o jogo — conta ele, que ressalta a ansiedade dos parentes por conta da volta. — Se meu pai não enfartar, já está bom.

(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal O Globo)

Fonte: Jornal O Globo