Futebol

Felipe começa a mostrar aos novos vascaínos por que se tornou ídolo

Para os mais velhos, a sensação de déjà vu, para os mais jovens, o prazer da descoberta. Felipe está de volta e a atuação contra o Santos começou a justificar a idolatria que se manteve viva durante oito anos, tempo que separa os dois últimos gols marcados com a cruz de malta. Desde a cobrança de falta contra o América, pelo Carioca de 2002, até o rebote contra o Santos, o mundo inteiro mudou, menos a categoria do craque da camisa 6, que se manteve intacta.

A falta de ritmo fez com que um novo Felipe surgisse em São Januário. Um jogador com pouca explosão, movimentação, que fazia com que filhos questionassem os pais saudosos dos dribles e da criatividade do antigo lateral-esquerdo. O problema tem diminuído e os traços mais fortes do antigo Felipe já começam a aparecer.

– É claro que o Felipe de 18, 19 anos é diferente do atual. Eu ganhei experiência e perdi poder físico. Isso só o tempo vai mostrar. Estou treinando muito para tentar voltar a ser o jogador que todo mundo viu no passado – destacou.

Felipe não é o mesmo do gol na cobrança de falta de 2002, muito menos o Vasco, que, de lá para cá, perdeu títulos e ganhou problemas. Por outro lado, a dupla pode vislumbrar lado a lado um futuro melhor. O clube deseja voltar a vencer como antigamente, e o jogador, sentir o prazer que tanto fez falta nos cinco anos de Oriente Médio.

– Eu amo o que faço e se quisesse ter a vida tranquila permaneceria no Qatar. Mas eu sentia saudade da paixão que existe aqui, a paixão que move as pessoas. Essa paixão me comove, me motiva cada vez mais para melhorar – filosofou.

Mais liberdade para a armação
A mudança de posicionamento pode ter ajudado para o crescimento de Felipe no último jogo. Se em rodadas anteriores o camisa 6 teve de jogar como lateral ou como um terceiro volante, auxiliando na marcação, contra o Santos ele atuou como um maestro, com liberdade para cuidar apenas da criação das jogadas.

Bate-Bola com Felipe

Como você justifica a melhora no seu rendimento?
É por conta da parte física, estou trabalhando muito para me readaptar ao futebol brasileiro. Mais importante do que a minha atuação foi o time, que está de parabéns. A nossa sensação foi de alívio e união. O que estamos conseguindo é tudo fruto do trabalho do PC, que acredita no grupo.

E o que esperar para o jogo contra o Goiás?
Acredito que seráumadversário ainda mais difícil, porque não deverá sair muito para o jogo. Teremos de atacar.

Você acredita que o time estava precisando de sorte?
A sorte ajuda quem trabalha, mas, quando o Santos descontou, ninguém esperava que marcássemos mais um gol. São coisas do futebol.

(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal Lance)

Fonte: Jornal Lance