Fase boa faz Celso Roth mudar
Ao mesmo tempo em que o Vasco está em franca ascensão no Brasileiro, ocupando o terceiro lugar e a faixa da Libertadores, Celso Roth vive uma metamorfose de postura. Aos poucos, vai deixando o velho estilo ‘sargentão’ de lado para se tornar um técnico estilo ‘paizão’.
“Lá no Sul, todos sempre diziam que ele era durão, desde a época de jogador. Agora, ele está bem mais light”, constata o cabeludo volante Perdigão, ex-jogador de Roth, no Internacional.
Gaúcho de Porto Alegre, o técnico assume o novo comportamento, embora não de forma tão veemente, como sugeriu Perdigão. “Ele disse que estou mais light, é?”, indagou Roth, surpreso.
“Não diria mais light e, sim, mais compreensivo. Em 2006, fiquei sem trabalhar e me fez bem. Concluí que é preciso ter mais paciência, como entender o trabalho da imprensa, encarregada de informar o torcedor”.
É comum nos treinos, em São Januário, o técnico conversar em separado com um ou outro jogador. E a repentina subida de produção de Conca, Wagner Diniz e Jorge Luiz, antes execrados pela torcida e, hoje, titulares, tem a ver com o técnico.
“Quando o Brasileiro começou, o torcedor do Vasco não esperava nada do time. Para a imprensa, lutaria para não cair. Não podemos trabalhar com opiniões de fora, mas acreditar na nossa metodologia. Assim, qualquer jogador vai render bem, e é o que está acontecendo com eles”, acredita.
O técnico tem a precaução de blindar seus jogadores. “Futebol é sempre presente, nunca passado e nem futuro. Quando o momento é ruim, a opinião pública diz que o time é fraco, não presta. Quando a fase é boa, vêm os elogios. Mas isso não pode influenciar no nosso trabalho”, ensina Roth.