Família de rapaz assassinado por promotor teve passagem por Basquete do Vasc
Os 12 tiros disparados em 2004 pelo promotor de Justiça Thales Ferri Schoedl na saída de um luau em Bertioga, litoral paulista, quase sepultaram a trajetória de duas gerações de uma família dedicada ao basquete. Diego Mendes Modanez, a vítima de Schoedl, era o filho mais velho de Fábio Antônio Modanez, o Fábio Pira, ex-pivô da seleção brasileira juvenil. Abalados pela tragédia, eles acabaram se afastando do esporte. Bruno, o caçula de futuro promissor, caiu em depressão e foi demitido do time em que atuava. O pai abandonou definitivamente as quadras e abriu um barzinho em São Carlos, interior de São Paulo.
Antes de se aposentar, porém, Fábio Pira protagonizou um dos mais inusitados episódios do esporte nacional. Em 2002, quando ainda defendia o Vasco, fez história jogando ao lado dos dois filhos, também atletas. \"Foi uma das maiores emoções da minha vida\", afirma. \"Até o Oscar (Schmidt), que no mesmo campeonato fez um jogo com o filho, estava lá para nos prestigiar.\" Treinador do Vasco na época, Hélio Rubens guarda boas recordações do trio. \"Conheço a família há muitos anos. Todos trabalharam comigo: o pai e os dois filhos. As pessoas são de boa índole e princípios religiosos. A morte do Diego foi um trauma na minha vida e de todas as famílias que o conheciam. De tudo isso, só espero que a justiça seja feita.\"
A história dos Modanez no basquete teve início nos anos 80. Ainda jovem, Pira começou a se destacar nas categorias de base dos principais clubes amadores do interior de São Paulo. Em 1983, chegou à seleção brasileira juvenil e foi 3º lugar no mundial da categoria. Em pouco mais de duas décadas de carreira, o pivô de 2,03 metros de altura acumulou três títulos paulistas, três brasileiros e dois da liga sul-americana.
Os dois filhos seguiram o mesmo caminho. Diego se federou aos 11 anos; Bruno, aos 9. \"O Diego era um jogador muito esforçado e só falava em ir para a NBA (liga norte-americana)\", lembra o pai. \"O Bruno tinha o dom. Teve um jogo em que ficou 30 minutos em quadra e anotou 62 pontos.\" Numa das inúmeras transferências de clube do pai, a família foi morar em Jales - cidade a 585 quilômetros da capital em que Schoedl passaria a atuar a partir de hoje, caso não tivesse pedido férias.
\"Ele (o promotor) amputou parte de uma família promissora\", lamenta Pira. \"O que mais me dói é saber que meus dois filhos tinham um potencial muito maior do que o meu.\"
Só agora, 32 meses após o crime, é que o irmão começa a se reerguer. Há duas semanas, mudou-se para os Estados Unidos para jogar no time colegial da cidade de Liberal Kansas. \"Pouco antes da morte do Diego, o Bruno tinha assinado contrato com o Benetton-Treviso, da Itália, só esperávamos ele completar 18 anos. Mas, depois de tudo o que aconteceu, ele desistiu de ir\", conta Pira.
O garoto, hoje com 20 anos, teve de passar por um longo tratamento psicológico para se recuperar do trauma. \"Ele viajou dizendo que quer honrar o nome do irmão e pretende um dia chegar à NBA. Tenho certeza de que vai longe.\"
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