Ex-Vasco, goleiro Rafael relembra rebaixamento: 'Pior coisa da carreira'
O fantasma do rebaixamento já é companhia certa para Vasco ou Fluminense no fim do Campeonato Brasileiro deste ano. Ainda com a chance de ambos caírem, um jogador que viveu o drama por dois anos consecutivos – 2008 e 2009 - nos dois clubes aproveitou o momento para relembrar os dois lados da moeda: o fracasso (com o Cruz-Maltino) e o sucesso (com o Tricolor) na luta contra a degola. Sem jogar há cerca de oito meses e atualmente sem vínculo com nenhum clube, o goleiro Rafael vive em Matão-SP e garante estar planejando um retorno ao futebol do Rio de Janeiro, negociando com um clube de menor porte do estado.
Alberto Rafael Silva, de 29 anos, defendeu o Rio Verde-GO no Campeonato Estadual deste ano, mas novamente teve de conviver com a parte inferior da tabela. Mesmo com alto investimento, o clube acabou rebaixado para a segunda divisão, colocando por água abaixo todo o planejamento e forçando um recesso. Com isso, o goleiro ex-Vasco e Flu deixou o interior de Goiás para retornar ao seu local de origem, onde mantém a forma física e aguarda negociações para voltar a atuar. Propostas apareceram em 2013, mas nada foi concretizado.
- Fiquei no Rio Verde até o fim porque queria cumprir minha palavra com a diretoria. Depois do rebaixamento, saí e tive propostas de Portugal, inclusive de um pessoal que na época do Fluminense tentou me levar para o Benfica. Fiquei dois meses esperando e não aconteceu. No período, tive propostas do futebol paulista, de times da Série B, mas acabei não indo. Para 2014, já estou com empresários para voltar ao Rio de Janeiro. Aparecer de novo no futebol, ter uma vida nova.
Sobre o projeto sem sucesso no futebol goiano, Rafael, que chegou a ter problemas com torcedores no início da temporada, afirma que os resultados surpreenderam muito negativamente.
- O planejamento era de ficar entre os quatro primeiros no Campeonato Goiano. Foi um investimento fora do normal, com o Mauro Fernandes de treinador, jogadores de nome como Alan Bahia (ex-Atlético-PR), Val Baiano (ex-Flamengo), Fabrício (ex-Atlético-PR) e Heleno (ex-Santos). A imprensa nos apontava como favoritos, tínhamos a maior folha salarial, mas veio a decepção. Caímos – recordou.
A queda com o Vasco 2008
Rafael havia sido contratado no decorrer do Campeonato Brasileiro do Itumbiara-GO, mas só passou a ser titular com a chegada de Renato Gaúcho ao comando cruz-maltino. E as recordações na primeira passagem em um grande clube carioca não foram agradáveis. O rebaixamento foi sacramentado na última rodada, dentro de São Januário, na derrota por 2 a 0 para o Vitória.
- Foi difícil, pior coisa da carreira. Cheguei com um time em crise, e com a chegada do Renato passei a jogar, fui bem em algumas partidas. Mas no último jogo a gente sabia que seria difícil, pois não dependíamos apenas das nossas forças. Perdemos e, além disso, os outros resultados foram todos desfavoráveis. No gol da derrota, ainda cheguei a pegar na bola, mas ela sobrou em cima da linha para o atacante marcar. Lembro da torcida, dos jogadores, todos chorando.
O alívio com o Flu em 2009
A arrancada épica terminou com uma batalha inesquecível no Couto Pereira. E o goleiro, que antes era a terceira opção, foi o responsável por fechar a meta tricolor na partida decisiva. O resultado – empate por 1 a 1 - dessa vez trouxe alegria, mas também apreensão com a invasão de campo ocorrida em Curitiba.
- Cheguei e ainda tinha a concorrência do Fernando Henrique e do Ricardo Berna. Com o Renato Gaúcho, novamente, comecei a jogar. Já no fim do ano (com o treinador Cuca), aquele jogo foi histórico. Assim que acabou, começaram a invadir o campo. Logo pensei: “Vamos morrer aqui.” Muita gente empurrando, e a segurança não conseguiu conter. Tentávamos entrar no nosso vestiário, mas não dava. Nem no do Coritiba, nem no da arbitragem. Ficamos encurralados junto com a torcida do Fluminense.
Um lance específico ainda é bem lembrado pelo arqueiro.
- O Marcelinho Paraíba chegou até a linha de fundo, puxou para o pé esquerdo, que é o bom dele, e chutou. A bola veio meio torta, mas com força. Ele bateu quase da entrada da área e o Ariel, atacante, veio na minha frente babando pelo rebote. Se eu solto aquela bola, o Coritiba faz o segundo gol. Graças à Deus segurei – finalizou.
Fonte: geMais Lidas
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