Ex-Vasco, Fábio relembra perigo de rebaixamento
Fábio, 411 jogos pelo Cruzeiro, capitão e ídolo. Fabrício, 146, idolatrado pelo torcedor como guerreiro. Roger, 76, um raro talento. Wellington Paulista, 106, antes hostilizado pela torcida, agora esperança de gols. O Cruzeiro vai apostar na maturidade desses atletas para se afastar da turbulência em que se meteu, depois de sete rodadas sem vencer e a quatro pontos da zona de rebaixamento. Esses jogadores apostam que domingo, às 18h, diante do Grêmio, no Estádio Olímpico, em Porto Alegre, virá a primeira prova de que a chegada do técnico Vágner Mancini devolverá à equipe seu equilíbrio e paz.
Na cabeça do goleiro capitão, não existe nenhuma possibilidade de o Cruzeiro cair, lembrando que no Vasco, por mais de duas temporadas (2000 a 2004), ele sentiu na pele esta ameaça: Era diferente. Não tínhamos time, não havia dinheiro e a cada jogo era aquele tormento. Aqui o lado familiar é muito forte. Há uma estrutura. O momento não é bom, mas perfeitamente superável. Não podemos nos ligar sempre no negativo.
Para o goleiro, foi importante a chegada de Mancini, que deu liberdade para que todos possam falar independentemente de serem os jovens ou os mais experientes: Nos anos anteriores não falávamos muito. Todos podem se expressar tanto da maneira tática como dentro de campo. Isso é fundamental. Tudo será muito válido para acertarmos já na próxima partida.
Fábio fez questão de expor sua opinião durante o treinamento de ontem. Sempre que tem oportunidade, não deixa de mostrar o que pensa. Os elogios foram para o treinador: É um cara bem equilibrado, que conhece muito o futebol, evidenciou isso jogando e como treinador e tem colhido bons resultados. Ele nos deu a melhor impressão. O Cruzeiro foi feliz em trazê-lo. Precisamos de uma reviravolta, assimilar o que ele deseja e cada um dar o algo mais para revertemos esta situação.
No treinamento, ficou claro que a conversa tem preferência na Toca. As atividades começaram com Mancini orientando muito os jogadores antes do coletivo e terminaram também com uma longa conversa em campo. A tônica de todo o trabalho foi a necessidade de acertar a marcação, evitar os espaços e riscos, porque todos entendem que do meio para a frente o Cruzeiro tem tudo para fazer gols e crescer nos 12 jogos restantes do Brasileiro.
MOTIVAÇÃO O armador Roger treinou como titular e está empolgado. Também pelo fato de ter sido comandado em 2008, no Grêmio, pelo novo técnico celeste: Ele é um treinador que tem uma capacidade enorme, jovem e com futuro brilhante. Tenho certeza de que com ele, conseguindo passar por esse momento conturbado, o time vai subir. O jogador vê no técnico características que se adaptarão muito bem a este momento.
Também não enxerga nenhuma ameaça de rebaixamento: O Vágner acredita no trabalho dele e no trabalho do grupo do Cruzeiro. A confiança é enorme. Tem de ser assim mesmo, ir para cima dos adversários, independentemente do local. Domingo, temos de mostrar já um novo comportamento.
Para Fabrício, basta ao Cruzeiro recuperar a confiança, cada um fazer a sua parte e o time entender perfeitamente o que deseja o técnico para voltar à normalidade: Para muitos, há desespero. Não para nós. Dependemos apenas de uma vitória de imediato. Se Deus quiser, no domingo, para seguirmos seguros. Nunca me senti ameaçado. Apenas lamento não estar disputando o título ou uma vaga para a Copa Libertadores.
Wellington Paulista quer que o grupo se feche em busca das vitórias e, se preciso, deixe de lado a qualidade técnica para ser um time de guerreiros. É o que necessitamos: luta. Ele avisa que está fazendo sua parte, com o apoio dos preparadores, pois encurtou de cinco para três semanas a sua recuperação: Estou mal fisicamente, mas pronto para jogar se o técnico desejar. No máximo até quarta, contra o São Paulo, vou estar em campo. E dá o tom do sentimento sobre a crise: Não quero uma mancha em minha carreira. Para ele, será assim se o Cruzeiro for rebaixado.
O time que treinou como titular, sem Fabrício, com dor na coxa direita, e Wellington Paulista, que fizeram apenas atividades físicas, mais Montillo, na Seleção da Argentina, foi o seguinte: Fábio; Vítor, Victorino, Leo e Éverton; Sandro Manoel, Charles, Roger e Bruninho; Élber e Bobô.
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