Futebol

Ex-vascaínos ainda batalham por dias melhores longe da Colina

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Em novembro de 2011, era difícil encontrar um torcedor vascaíno descontente com o momento da equipe, campeã da Copa do Brasil meses antes e que viria a ser vice-campeã brasileira. Um ano depois, a situação é oposta: com aproveitamento de apenas 37,25% no segundo turno do Brasileirão, o clube chega à reta final do torneio sem chances de se classificar para a Libertadores. E para os cruz-maltinos, a queda de rendimento tem um motivo claro: a saída de pilares da equipe na janela de transferências do meio do ano.

Virou rotina, durante os jogos do Vasco, observar protestos pelas vendas de Allan, Romulo, Fagner e Diego Souza, que, somadas, renderam R$ 14 milhões aos cofres do clube (o Al Ittihad ainda não pagou quase R$ 5 milhões referentes à negociação de Diego Souza) . O problema é que, para muitos torcedores, eles não foram substituídos à altura. Reforços como Auremir e Jonas não mantiveram o nível dos que saíram. Porém, longe da Colina, nenhum dos que saíram vive, por diferentes razões, os melhores dias dentro de campo.

Allan: fora dos relacionados para a Liga Europa


Primeiro a ter sua saída acertada, Allan ainda briga por seu espaço no Udinese, da Itália. O volante foi titular em apenas dez jogos do Campeonato Italiano e nem foi inscrito para a disputa da fase de grupos da Liga Europa. Além disso, a equipe de Udine ocupa apenas a 10ª colocação no torneio nacional e é lanterna do grupo A da competição continental.

Romulo: grave lesão interrompe ótimo momento

Já Romulo vivia o melhor momento de sua carreira. Depois de deixar o Vasco, o volante ganhou destaque no Spartak Moscou e passou a ser nome constante nas convocações de Mano Menezes para a seleção brasileira – jogando, inclusive, as Olimpíadas. A revelação cruz-maltina chegou a marcar dois gols na Liga dos Campeões, sendo um deles contra o Barcelona, no Camp Nou. Mas viu a fase ser interrompida no dia 23 de setembro, quando rompeu os ligamentos cruzados do joelho direito - precisando de pelo menos seis meses para se recuperar.

Questionado se sua passagem pela Europa está sendo como esperava, Romulo garante que não se arrepende, mas que a lesão o abalou.

- Em uma parte está sendo como pensava, mas infelizmente tive essa lesão. Não era o que eu estava imaginando, mas infelizmente acontece. Minha ida para a Europa foi planejada, e acho que esse imprevisto eu terei que superar. Não me arrependi em momento algum. Acho que o futebol tem muito disso, mas a gente fica triste por estar machucado - disse o volante, que se recupera em São Paulo.

Fagner: titular, mas na luta contra o rebaixamento

Para Fagner, o momento individual é positivo. Titular absoluto da lateral direita do Wolfsburg, o jogador segue repetindo as boas atuações que teve no Vasco, mas vê seu time vivendo dias difíceis. Se sua passagem por São Januário troxe um título da Copa do Brasil e um vice-campeonato brasileiro, na Alemanha a luta é outra: o time do norte alemão é apenas o 13º colocado no campeonato nacional, a três pontos da zona de rebaixamento.

- Claro que não é a situação que imaginei, mas temos tudo para melhorar. Agora temos que recolher os cacos. Hoje eu me vejo bem. Mantive meu futebol e procuro evoluir. Não dá para falar que estou em um melhor momento do que quando estava no Vasco. Claro que você olha para a tabela e se pergunta: \"Como ele está vivendo um bom momento se o time dele está nessa situação?\". Quando eu estive no Vasco, o time brigava por títulos, mas é difícil falar. Procuro dizer que estou bem e e estou procurando criar minha história aqui.

Diego Souza: calote e drama para sair da Arábia Saudita


De todos os que deixaram o Vasco na janela de transferências do meio de ano, Diego Souza é quem mais pode lamentar sua saída. Atraído pelas altas cifras do mundo árabe, o meia-atacante rumou para o Al Ittihad, da Arábia Saudita, mas acabou não recebendo salários em três meses. Para aumentar o drama, Diego teve grandes dificuldades para conseguir a liberação do clube e pegar seu passaporte de volta, ficando retido na Arábia por alguns dias até retornar ao Brasil.

- O processo foi tranquilo, apenas um pouco nervoso. Fiquei em espera, dependendo da boa vontade dos outros. Não foi fácil – disse, ao GLOBOESPORTE.COM.

Torcida à distância


Mesmo de longe, os brasileiros continuam acompanhando o Vasco. Assim, conseguem observar que a equipe que se mantinha na briga por uma vaga na Libertadores e pelo título hoje apenas cumpre tabela – com dois treinadores demitidos de lá para cá. Romulo acredita que muitos foram os fatores que levaram a equipe a essa queda de produção.

- Acho que é a soma de muitas coisas. O Cristóvão saiu, o Marcelo não deu muita sorte. Acho que por mais que o Vasco estivesse passando por dificuldades, o Cristóvão é um cara que passava tranquilidade para os jogadores. Acho que a saída dele foi um pouco precipitada, mas lá tem profissionais que sabem o que estão fazendo – opinou o volante, negando que a saída dos jogadores tenha sido o principal fator para a má fase.

Fagner também fez sua análise sobre o momento vascaíno, acreditando que o clube precisa partir do zero para ter um 2013 melhor.

- São muitos fatores que acabam influenciando. Há muito tempo eu não vivo o dia a dia do clube, então não posso falar. Acho que o mais importante hoje seria o ano terminar, recomeçar. Quem for assumir o time e reestruturar a equipe, ter um time-base, montar um elenco forte. E dar confiança para os jogadores, pois sei que tem muitos jogadores que são amigos. E tenho certeza que eles têm condições de levar o Vasco para onde ele merece, que é onde conseguimos deixar nos últimos tempos. Ano que vem é um ano novo e tenho certeza que as pessoas que estão lá são profissionais e conseguirão levar o Vasco de volta para um bom momento – afirmou o lateral.

Fonte: ge