Ex-vascaíno Tenório é a aposta do Bolívar para a Libertadores
É vez de a outra Copa, a Libertadores, definir seu campeão. Pouco mais de uma semana depois do título mundial da Alemanha no Maracanã, a América do Sul retoma atenções a sua principal competição de clubes. Os quatro sobreviventes começam a disputar, nesta terça-feira, as semifinais do torneio. Sem presença de brasileiros, a competição terá um campeão inédito.
A reta decisiva começa em Assunção, no Paraguai, com o duelo entre o Nacional e os uruguaios do Defensor. O jogo é às 21h15, no Defensores del Chaco. Nesta quarta, às 19h15, no Nuevo Gasómetro, em Buenos Aires, o San Lorenzo recebe o Bolívar, da Bolívia. Os dois jogos terão transmissão do SporTV. Os encontros da volta ocorrem na semana que vem, novamente terça e quarta, e deles sairão os grandes finalistas.
Em tempos de decepção com o rendimento do Brasil na Copa do Mundo, a Libertadores volta com a lembrança de que o país, campeão das últimas quatro edições e finalista desde 2005, vive a realidade de não ter ninguém entre os quatro primeiros pela primeira vez em 23 anos.
Seis brasileiros ficaram pelo meio do caminho. Três caíram já na primeira fase: Atlético-PR, Botafogo e Flamengo. O San Lorenzo eliminou outros dois: o Grêmio, nas oitavas, e o Cruzeiro, nas quartas. O Atlético-MG caiu nas oitavas para o Nacional de Medelim.
Nacional-PAR
Quinto colocado no Campeonato Paraguaio, o Nacional vive tempos de êxtase por sua caminhada na Libertadores. Nas suas seis participações anteriores no torneio, o clube jamais havia passado da fase de grupos. Agora, despachou o favoritaço Vélez Sarsfield nas oitavas de final e depois passou por outro argentino, o Arsenal, nas quartas.
O clube aproveitou a parada proporcionada pela Copa do Mundo para se reforçar. A principal novidade é Brian Montenegro, jovem atacante paraguaio, nome de destaque no Libertad e com rápida passagem pelo West Ham, da Inglaterra. Ele foi contratado por seis meses e só deve ser usado na Libertadores, já que a ideia do grupo de investimento inglês que possui seus direitos federativos é colocá-lo na Europa em breve.
O Nacional chegou a se preocupar com problemas de lesão em atletas como Fredy Bareiro e Julián Benitez, também atacantes, mas ambos devem ter condições de jogo - apesar de terem sido descartados na semana passada pelo técnico Gustavo Morínigo.
- Estou muito satisfeito por tudo que fizemos até agora. Isso nos dá muita confiança, e só queremos que o jogo comece. Os jogadores estão com alta expectativa. Esperamos dar uma tremenda alegria à torcida - disse o treinador.
Defensor
O Defensor Sporting vem se intrometendo na tradição de Peñarol e Nacional para construir trajetórias sólidas na Libertadores. Em 2007 e 2009, chegou às quartas de final - e agora faz sua melhor campanha na história da competição. Clube centenário, mas de pouca torcida, o representante uruguaio nas semifinais chega com problemas para o duelo com o Nacional-PAR.
O principal deles é a perda do jovem zagueiro Gastón Silva, negociado com o Torino, da Itália. Além disso, o técnico Fernando Curuchet não terá Emilio Zeballos e Ramón Arias, também defensores, ambos lesionados. A contrapartida é a contratação do grandalhão Joaquín Boghossian. O atacante, de 1,97m, estava no futebol argentino - deve ficar no banco no jogo desta terça-feira.
Para chegar às semifinais da Libertadores, o Defensor despachou o Nacional de Medelim com duas vitórias nas quartas de final. Antes, passara nos pênaltis contra o The Strongest nas oitavas. Já mostrara força na fase de grupos, ao vencer o Cruzeiro em Montevidéu e empatar em Belo Horizonte.
O clube uruguaio excursionou pela Argentina como preparação para a reta final da Libertadores. Lá, bateu o Gimnasia y Esgrima por 2 a 1, perdeu por 1 a 0 para o Vélez Sarsfield e empatou por 0 a 0 com o Arsenal.
San Lorenzo
Mais tradicional dos quatro semifinalistas, o San Lorenzo entra com pinta de favorito na fase final da Libertadores e tenta quebrar a sina de jamais ter conquistado o torneio. Dos chamados cinco grandes argentinos, só ele é órfão do título. Independiente (sete conquistas), Boca Juniors (seis), River Plate (duas) e Racing (uma) já foram campeões.
A preparação para a retomada da Libertadores foi cercada de negociações no elenco. O meia Ángel Correa foi vendido para o Atlético de Madri e, no meio da negociação, descobriu um tumor no coração. Ficará ao menos seis meses parado. Por outro lado, o experiente Leandro Romagnoli segue no grupo depois de ter desistido de se transferir para o Bahia, com quem chegou a assinar contrato. Piatti, outro destaque da equipe, está acertado com o Montreal Impact, do Canadá.
O San Lorenzo leva a campo a responsabilidade de finalmente ser campeão. No primeiro jogo, a meta é vencer sem levar gols.
- Querer ganhar a partida e que não nos façam gols são as premissas que temos. Já passei aos jogadores as informações necessárias sobre o que enfrentaremos. Vejo-os tranquilos. A ansiedade aumenta quando chega a hora da partida, mas os jogadores se mostram capazes de controlar isso. Vejo a equipe entusiasmada, com muita vontade - afirmou o técnico Edgardo Bauza, campeão da Libertadores de 2008 com a LDU, do Equador.
Bolívar
O Bolívar chega com moral para o jogo contra o San Lorenzo. Neste domingo, pela Copa de Inverno, fez 4 a 0 no San José. Um dos gols foi marcado por um velho conhecido dos brasileiros: o ex-vascaíno Carlos Tenorio, o Demolidor, contratado para reforçar a equipe na reta final da Libertadores.
Outro reforço recente, o colombiano Óscar Rodas, também fez gol. Foi um alento para um time que perdeu o uruguaio William Ferreira, um de seus principais jogadores e grande ídolo da torcida, negociado com o Leones Negros, do México.
O Bolívar chega às semifinais com campanha sólida. Foi o melhor de seu grupo (o mesmo do Flamengo) na primeira etapa e depois eliminou o León, do México, e o Lanús, da Argentina. Só tem uma derrota em dez jogos na Libertadores.
O clube de La Paz vive sua melhor campanha na história da Libertadores. E com altas doses de emoção. A classificação sobre o Lanús aconteceu com gol aos 46 minutos do segundo tempo. E marcado justamente por Ferreira.
Fonte: ge
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