Ex-árbitro exalta história do Vasco contra o racismo
Merece rasgados elogios a iniciativa levada a efeito pelo Vasco na semana passada, quando o clube abriu as portas do CT do Almirante para o professor de História José Nilton Junior para palestrar sobre racismo com os jogadores do elenco profissional. Na ocasião, o acadêmico resgatou o histórico de luta da agremiação contra o preconceito e também falou da importância do atleta de futebol se posicionar mais sobre essas causas sociais.
“Essa era a ideia. Falar para os jogadores que eles percebam o quanto são multiplicadores necessários para engrossar essa causa, dar voz e ampliar, pois não se posicionar já é se posicionar”, afirmou.
Segundo a escritora Djamila Ribeiro, “não basta não ser racista, tem que ser antirracista”. Durante muito tempo, o Brasil negou que fosse um país racista.
“Racismo mata e é preciso falar sobre isso”, declarou o educador, que também é vascaíno. O evento fez parte da comemoração dos 97 anos da divulgação da “Resposta Histórica”, datada de 7 de abril de 1924. O documento foi a resposta da direção vascaína à exigência da recém fundada AMEA (Associação Metropolitana de Esportes Athléticos, então organizadora do estadual) para que o clube afastasse 12 atletas – negros e brancos de origem humilde – para poder disputar o Campeonato Carioca de 1924.
Em ofício, o então presidente do Vasco, José Augusto Prestes, informou que estava desistindo de participar por não concordar com as determinações. A carta se tornou um marco contra a discriminação racial e social no futebol brasileiro, passando a ser conhecida anos depois como “Resposta Histórica”.
Relembrar e colocar o assunto em evidência nos dias de hoje, quando o racismo se manifesta de forma especialmente agressiva nas redes sociais, é um ato de cidadania contra a discriminação que merece ser exaltado e elogiado. Parabéns, Vasco da Gama!
Fonte: Blog Carlos Eugênio Simon - ESPN