Eurico volta a provocar o Flamengo após título no basquete
As aparições em públicos têm sido cada vez mais raras, mas a língua afiada continua sendo a marca registrada de Eurico Miranda. Principalmente quando o assunto envolve o Flamengo. Questionado sobre o vitorioso retorno às quadras do time adulto masculino de basquete do Vasco, que bateu o arquirrival por 84 a 80, no reencontro entre os dois clubes após nove anos, e conquistou por antecipação um torneio amistoso realizado no Ceará, dias 25, 26 e 27, o presidente vascaíno não perdeu tempo e, por telefone, disparou:
- O que que você quer que eu fale? Só concordei com o retorno do time adulto de basquete com uma verba que estipulamos desde não fosse apenas para participar. Mas sim para disputar de igual para igual com qualquer time e vencer o Flamengo. Ou seja, está tudo dentro do planejado. Quando me procuraram sabiam que só aceitaria voltar se fosse dessa forma. Foi com essa condição que autorizei a volta e, por enquanto, nada está fora da nossa expectativa. O Vasco não tem a obrigação de ser campeão, mas não podemos voltar apenas por voltar - afirmou Eurico, que lembrou de uma certa coincidência para provocar ainda mais o rival.
- O Flamengo tem uma carga especial que é minha, mas têm umas coincidências interessantes nesse reencontro. Se no futebol eles não ganham do Vasco há 9 jogos, no basquete havia nove anos que os dois times não se encontravam. Para minha satisfação, voltou com vitória e pronto.
Mas vale lembrar que o Flamengo disputou a competição sem dois dos cinco reforços contratados para essa temporada: os armadores Ricardo Fischer, que faz seu primeiro treino integral com o time, na sexta-feira, após seis meses se recuperando de uma cirurgia no ligamento cruzado anterior do joelho direito, e Pedrinho, com uma lesão na parte posterior da coxa. A outra ausência sentida pelo técnico José Neto foi a do ala-pivô Rafael Mineiro, que também se recupera do mesmo problema na perna.
Mas nada disso faz diferença para o mandatário cruz-maltino. Ao ser perguntado sobre a importância não só da volta do Vasco à elite, mas como de outros clubes de camisa, como Botafogo, Corinthians e Palmeiras, que já acenaram com essa possibilidade, Eurico se mostra favorável, mas voltou a explicar o verdadeiro motivo do retorno vascaíno.
- Hoje o principal campeonato do país é o NBB, e a Liga Nacional sabe da importância de ter times de camisa e, principalmente, do retorno do Vasco. Nós não participaríamos se não fosse para tentar vencer. O Vasco tem uma tradição no basquete, e o NBB sabe tudo que o clube representa. Nem eles teriam interesse que voltássemos só de uma forma participativa. O Flamengo dominou nesses últimos anos porque o Vasco não estava, mas agora tudo vai mudar. Se fosse para continuar nesse cenário, eu não voltava. Acho que todos realmente estavam com saudade do clássico, mas não falei em tom de brincadeira que o objetivo é acabar com essa hegemonia. Meu negócio é ganhar do Flamengo, mas pode não acontecer - afirmou Eurico Miranda, que apesar das provocações mostrou respeito pelo adversário ao lembrar do jogo que marcou o reencontro nas quadras dos dois rivais.
- Não precisava ter tido tanto sofrimento para ganhar deles, mas basquete é basquete, cheio de emoção, e isso é que é o bom da modalidade. Basquete é para cara com o coração em dia.
Rivalidade à parte, Eurico Miranda lamentou o fato de os clássicos contra o Flamengo terem que ser disputados com torcida única no ginásio do Tijuca.
- Isso é um problema que te jogam no colo quando na verdade seria uma responsabilidade do policiamento, mas eles não assumem essa responsabilidade. Foram construídas várias arenas, e quando precisamos delas, não estão à disposição. Os clubes não têm ginásios que comportem as duas torcidas, mas temos o Maracanãzinho, as arenas da Olimpíada, mas por alguma razão não podemos jogar nelas. Se eles (Rio 2016) têm até o dia 30 para entregarem os equipamentos, ok, mas depois disso deveriam estar liberados. Mas sempre aparece uma outra situação. Por que eles não garantem a segurança?. O GEPE tem por obrigação garantir que os jogos sejam realizados nesses lugares. Se no futebol as duas torcidas comparecem por que no basquete é inviável?. Qual a graça de o Vasco estar de volta, e não podermos contar com as duas torcidas nos clássicos contra Flamengo e Botafogo. Passa a ser um jogo frio, os próprios torcedores querem que isso aconteça. É simples garantir, uma obrigação - lamentou o presidente do Vasco.
Com apenas uma torcida ou não, a única certeza que o mandatário vascaíno tem é que seus novos contratados já sabem a importância dos confrontos diante do rival.
- Todos eles já foram apresentados a mim e sabem muito bem essa relação com o Flamengo (risos) - garantiu Eurico.
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