Eurico na TV: Vale a pena ver de novo?
Aparição de políticos há tempos sumidos fez programa eleitoral parecer reprise
Parecia reprise de programa eleitoral gratuito antigo. Mas era a reestréia de políticos que andavam sumidos da vida pública, agora candidatos a deputado federal. Wilson Leite Passos (PFL), Regina Gordilho (PDT) e Eurico Miranda (PP) reapareceram ontem na telinha pedindo votos. E a lista de 784 aspirantes à Câmara dos Deputados promete ainda aparições como a do ex-prefeito de Caxias Hydekel de Freitas (PL).
- Não posso ser comparado com determinadas pessoas. Desde 2004 sou suplente da Câmara Municipal. Antes, fui sete vezes eleito vereador e tive uma passagem pela Câmara Federal - frisa Leite Passos, de 79 anos, um dos fundadores da extinta UDN e autor do pedido de impeachment contra Getúlio Vargas - Minha bandeira é a de sempre: servir à sociedade e ao país. E reagir ao processo de degradação moral porque passa o país.
Sumida há muito mais tempo - sabe-se que no fim dos anos 90 ela trabalhou como assessora do então prefeito José Sagario, de Itaguaí -, Regina Gordilho entrou na política movida por uma tragédia: o assassinato de seu filho Marcellus, então com 24 anos, em março de 1987, por PMs. Ela foi eleita vereadora pelo PDT em 1988, e logo se tornou presidente da Câmara do Rio, quando ficou conhecida pelo desmantelamento do trem da alegria de 398 funcionários da Casa, contratados com documentos falsos e demitidos por força judicial. Eleita deputada federal em 90, migrou para o Prona. Em 98, tentou voltar a Brasília. Sem sucesso, saiu de cena.
Já Eurico Miranda tentou mais uma reeleição como deputado federal em 2002, depois de ter sido eleito em 94 e em 98, chegando a 105.969 votos. Mas, na ocasião, bateu longe da trave: teve 25.028 votos. Em seis anos de mandato, o número de faltas do cartola do Vasco chegou quase à metade das sessões. E só 1,3% das faltas foi justificada. O Supremo Tribunal Federal chegou a pedir duas vezes licença para processá-lo por calúnia e difamação. Mas Eurico contou com a solidariedade dos colegas, que votaram contra a concessão da licença.
Outro que deve retornar ao vídeo em breve, Hydekel de Freitas está afastado desde 2002, depois de não se reeleger, pelo PL. Seu primeiro mandato foi em 1963, como deputado estadual pelo extinto Partido Republicano. Eleito em 1990 o primeiro senador da Baixada Fluminense, pelo PPB, em 96 já tinha sido deputado por quatro vezes e duas vezes prefeito de Caxias. Genro do legendário Tenório Cavalcanti, Hydekel já foi da Arena e do PDS. E apoiou o ex-presidente Fernando Collor.
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