Futebol

Estádios cariocas dão sorte ao Brasil

Desde 1919 os estádios dos grandes clubes cariocas trazem sorte a Seleção Brasileira. E a concentração da mesma na casa do Flamengo, a Gávea, para a partida desta quarta-feira contra o Equador, pela segunda rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, poderá ser um motivo a mais para os supersticiosos acreditarem na primeira vitória do time de Dunga na competição. Na primeira rodada, os brasileiros empataram com a Colômbia em 0 a 0, em Bogotá.

O fato começa a ser comprovado na terceira edição do Campeonato Sul-Americano, conhecido hoje como a Copa América, que foi realizado no país e tinha data marcada para começar no ano de 1918. Mas uma epidemia de gripe espanhola que assolou o estado do Rio de Janeiro, local da competição, fez com que o torneio fosse adiado para 1919. E, apesar da tragédia ocorrida na cidade, que matou milhares de pessoas, o cancelamento da Copa América daquele ano teve seu lado positivo.

Naquele ano, no dia 21 de janeiro, era inaugurado o estádio das Laranjeiras, casa do Fluminense e que abrigou por algum tempo a seleção canarinho. Mas até então, o estádio não havia levado nada de importante ao Brasil. Só que no dia 25 de maio, 28 mil pessoas, espremidas, assistiram ao primeiro grande título do time, hoje, verde e amarelo, mas que na época utilizava o uniforme azul e branco. A Seleção derrotou o Uruguai por 1 a 0, com gol chorado do artilheiro Friedenheinch, conhecido também como El Tigre, na prorrogação.

Não demorou muito e veio o bicampeonato Sul-Americano três anos depois, em 1922, no mesmo local do primeiro: o estádio Tricolor. Apesar do fácil triunfo por 3 a 0 na final contra o Paraguai, a disputa pelo título ganhou ares de dramaticidade logo em seu início, quando o goleiro Marcos de Mendonça e o artilheiro Friedenheinch se lesionaram com gravidade. Enquanto isso, apenas uma vitória na última rodada por 2 a 0 sobre a grande rival Argentina fez com que a Seleção igualasse sua campanha com a do Uruguai e do Paraguai.

Mas o adversário da final de 19 abandonou a competição alegando ter sido prejudicado pela arbitragem, e deixou o caminho livre para o Brasil partir em busca da sua segunda conquista relevante em sua história.

Depois o time azul e branco, na época, amargou um jejum de 27 anos sem conquistar a Copa América e só quando voltou a atuar no Rio de Janeiro trouxe o caneco de volta ao país, em 1949. Porém, a casa canarinho desta vez era outra. São Januário, estádio do Vasco, outro gigante carioca, abrigou as estrelas brasileiras, e, apesar de dividir a disputa dos jogos com o Pacaembu, localizado no estado de São Paulo, o Rio foi o palco do tri-campeonato Sul-Americano do Brasil.

Um pouco ofuscado pela Copa do Mundo que seria realizada um ano depois, também no país, o Campeonato Sul-Americano foi conquistado pelo Brasil com uma certa facilidade e com algumas goleadas históricas que aumentavam cada vez mais o orgulho e a esperança dos brasileiros em busca da conquista do primeiro Mundial, em 1950.

Um 9 a 1 logo na estréia sobre o próprio Equador, adversário desta quarta-feira pelas Eliminatórias, abriu o caminho para o tri, que só não foi completo devido a ausência da Argentina no torneio. Além dos chocolates, como o 7 a 0 na final contra o Paraguai, outra situação que marcou aquele time foi a presença de Barbosa, Danilo Alvim, Zizinho, Ademir Menenez e Jair da Rosa Pinto, convocados para Copa de 1950.

Portanto, a concentração da Seleção no estádio rubro-negro poderá trazer bons fluídos para que o time de Dunga vença no Maracanã e continue firme na luta por uma vaga na Copa da Africa do Sul.

Fonte: Lancepress