Especialista em direito desportivo crê em vitória judicial de T.Galhardo
"Não faz mais parte dos planos". Assim dizia o comunicado da diretoria do Vasco sobre o afastamento de Thiago Galhardo, dia 7 de abril, após o Cruz-Maltino se classificar para a final do Campeonato Carioca. De lá para cá, muita coisa aconteceu: negociações, Justiça e uma decisão liminar que pegou o Cruz-Maltino de surpresa.
Entenda, abaixo, o que aconteceu desde o anúncio de que Thiago Galhardo não faria mais parte dos planos do Vasco, por decisão interna:
No dia 10 de abril, o meia entrou na Justiça alegando falta de pagamento do clube dos salários de fevereiro e março, o 13º de 2018 e cinco meses de recolhimento do FGTS (novembro de 2018 a março deste ano).
Na noite do próprio dia 10, pouco antes da partida de volta contra o Avaí, o Vasco afirmou que acertou o pagamento de fevereiro ao elenco. Contudo, de acordo com Rafael Cobra, advogado de Thiago Galhardo, esse pagamento não foi feito ao meia. Mesmo assim, uma vez que Galhardo já tinha entrado na Justiça, esse pagamento pelo Vasco seria irrelevante para o processo.
No dia 12, o Vasco, já sabendo da entrada de Thiago Galhardo na Justiça e, independente disso, pagou o 13º salário dos jogadores.
De acordo com a Lei Pelé, somente o atraso no recebimento do FGTS já seria o suficiente para pedir a rescisão do contrato - Wagner, por exemplo, deixou o Vasco assim no ano passado. Porém, Cobra afirma que optou por esperar os três meses no atraso salarial para entrar na Justiça. Segundo ele, por experiência pessoal, há casos em que juízes não dão ganho de causa ao atleta se houver apenas problemas no Fundo de Garantia.
Na noite do último dia 22, a juíza Mirna Corrêa, aceitou o pedido de Thiago Galhardo. Segundo ela, o fato de o clube ter realizado os pagamentos após a distribuição da ação não é suficiente para que o Vasco ganhe a causa.
A liminar de Thiago Galhardo pegou o Cruz-Maltino de surpresa. Internamente, o clube já via o caso como algo quase resolvido, já que acertou os pagamentos atrasados - o problema é que foi depois do pedido de liminar. Alega-se que a negociação para uma rescisão amigável caminhava bem e estava próxima de um final feliz.
O GloboEsporte.com consultou Martinho Neves Miranda, advogado especialista em direito desportivo. Segundo ele, tudo indica que o clube terá que aceitar a decisão da juíza e, por mais que recorra, não será possível reverter a rescisão do contrato.
- Situação do Vasco está complicada porque a decisão aparenta ser inconteste. E mesmo quando pagou o salário, pagou depois. Não acho fácil a vida do Vasco, não.
O vice-presidente jurídico do Vasco, Rogério Peres Fernandes, disse não conseguir garantir com precisão a data do pagamento do salário de fevereiro por ser uma tarefa a cargo do departamento financeiro, mas garantiu que o dinheiro não foi repassado por causa do caso com Thiago Galhardo. Como o dinheiro só apareceu na conta do meia depois que ele entrou na Justiça, a juíza deu ganho de causa a ele.
Fonte: ge