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Enquanto má fase do Vasco não passa, Fernando Prass se volta para a famíia

Em tempos de maus resultados, o assunto futebol passa longe do ambiente familiar de Fernando Prass. Quando chega em casa após perder ou empatar em São Januário, a advogada Letícia Prass, mulher do goleiro do Vasco, já muda o rumo da conversa para temas mais leves, como as peripécias dos filhos do casal, os gêmeos Caio e Helena, de 1 ano e 8 meses.

“Ela sabe que é bom não tocar no assunto comigo, é aconselhável não falar muito de futebol porque a cabeça fica quente. Afinal, não é fácil digerir uma situação desta”, confessa o goleiro, que, neste momento, prefere ‘fugir’ do noticiário. “Saímos para jantar, levamos as crianças para passear ou vamos ao cinema para clarear um pouco a cabeça”, diz.

Mesmo assim, a cobrança não para: é no supermercado, no shopping, no cinema e também na escola dos filhos.

“Vou buscar as crianças no colégio e o funcionário pergunta se não vou tirar o Vasco dessa, pede para o time parar de empatar...”, conta Prass, que procura dar suas explicações.

“Digo que mais do que eles, a gente quer que melhore. Entendo que eles são torcedores e apaixonados pelo clube, mas, no nosso caso, é a nossa profissão. A nossa vida está ali. Não sou torcedor do clube, mas é o futebol que sustenta a minha família, dos meus pais, da minha irmã”, explica. “Eles vão aos jogos e sofrem ali, nós sofremos 24 horas por dia porque uma pessoa normal leva os problemas para casa. Quando estou brincando com os meus filhos, a cabeça está no futebol”, desabafa.

Há 12 anos no profissional, Prass estava no União Leiria, de Portugal, quando o time caiu para a Segundona. Apesar da péssima experiência, ele garante que, no Vasco, em termos de resultado, este é o pior momento de sua carreira, devido ao tamanho da cobrança da torcida e da expressão do time.

“No Brasil, o futebol é vivido intensamente. E na segunda divisão a cobrança é maior porque os torcedores acham que o Vasco vai ganhar de todo mundo e acabar o campeonato com 100% de aproveitamento. É complicado”.

Com 14 pontos na Série B, o Vasco amarga a oitava posição e ainda terá uma semana de cobranças pela frente porque o jogo contra a Ponte Preta será só no sábado. O lado positivo é que os jogadores têm mais tempo para treinar e se recuperar de contusão, como é o caso do lateral-esquerdo Ramon, mas o negativo também é sentido pelo goleiro. “É bastante tempo com os empates martelando na cabeça. Se tivéssemos ganho em casa, teríamos 20 pontos”.

Enquanto a má fase não passa, Fernando vai conciliando uma jornada trabalhosa tanto em casa, com os gêmeos, como no Vasco.

“É bom demais, mas dá trabalho. É muito cansativo porque os dois querem colo ao mesmo tempo, o mesmo brinquedo, tem que ter muito jogo de cintura para administrar”.

Fonte: O Dia