Futebol

Emerson Sheik é punido por pisão e não enfrenta o Palmeiras

O departamento jurídico do Corinthians levou novas imagens, tentou novo adiamento, mas não teve jeito. Emerson teve seu recurso julgado nesta quinta-feira, dia 1° de dezembro, no Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), tendo sido este negado por maioria de votos de votos, o que o deixa suspenso de uma partida, justamente a do clássico com o Palmeiras no próximo domingo, que decide o título do Campeonato Brasileiro. O recurso da Procuradoria, que queria uma pena maior, também foi negado.

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Com a suspensão do jogador, Jorge Henrique deve ficar com a vaga no ataque. O Corinthians deve entrar em campo na última rodada do Brasileiro com a seguinte escalação: Julio Cesar; Alessandro, Paulo André, Leandro Castan e Fábio Santos; Moradei, Paulinho e Alex; Willian, Liedson e Jorge Henrique.

Confira os detalhes do julgamento:

O julgamento de Emerson foi o primeiro da pauta do Pleno, logo no início da sessão. Preliminarmente, o advogado do Corinthians, João Zanforlin, pediu novo adiamento, assim como havia ocorrido na semana passada. Porém, o presidente do STJD, Rubens Approbato, negou o pedido. Em seguida, o clima ficou tenso entre o defensor e o presidente do tribunal. Depois, com os ânimos mais calmos, o caso seguiu adiante.

Após a exibição de dois vídeos, um da Procuradoria e outro da defesa, o procurador-geral Paulo Schmitt teve a palavra. \"O caso é de agressão. Tenho respeito pelo advogado, mas não é questão do que a Procuradoria irá falar, e sim o que vemos nas imagens. Com um dos pés, Emerson pisa no pescoço do adversário\".

\"Não importa nada além disto. Há intenção e houve uma equivocada penalidade de uma outra sessão. Ele deveria ter sido suspenso por quatro partidas e ter cumprido estes jogos. Não dá para discutir\", analisou Schmitt, que encerrou pedindo punição no enquadramento da denúncia, no artigo 254-A do CBJD, por “agressão física”, no qual a pena mínima é de quatro partidas de suspensão.

Depois foi a vez do advogado do Corinthians defender o atacante. Antes de entrar no caso, ele pediu desculpas ao presidente do STJD. \"Se me excedi, peço desculpas. Se estivessem onde estou, fariam o requerimento que fiz (de adiamento). São 30 milhões de torcedores que esperam algo do advogado. O relator disse que não houve ampla defesa e eu não tenho o processo\", afirmou, na tentativa de justificar sua tese.

\"Queríamos ouvir o árbitro, assim como fizeram no caso do Bolívar (do Internacional). Não deram isto ao Corinthians. Queria perguntar ao Vuaden o porquê de ter dado cartão amarelo\", destacou o defensor.

Zanforlin continuou com a defesa de Emerson relembrando outros casos. \"Pedimos igualdade. Num processo do Valdívia, um jogador do Fluminense o acertou com uma pancada e não houve denúncia. Diego Souza, do Vasco, também foi denunciado por prova de vídeo e acabou absolvido. Vários jogos não são gravados (e sem possibilidade de denúncia)\".

\"Já que não houve igualdade, observem em que ‘samba maluco’ nós estamos. Já temos quatro decisões para este lance. A do árbitro, do procurador, do relator em primeira instância e tivemos o presidente desclassificando. É mais um motivo para ficarmos com a decisão do árbitro\", encerrou Zanforlin, pedindo a absolvição de Emerson ou no máximo a aplicação de uma advertência.

Confira os votos:

O primeiro a votar foi o relator Flávio Zveiter, que negou provimento ao recurso do Corinthians e atendeu ao pedido da Procuradoria, aumentando a suspensão de um para dois jogos. Depois foi a vez do auditor Virgílio Val, também negou provimento ao recurso do time paulista, e ao acatar o pedido da Procuradoria, enquadrou o jogador no artigo 254-A aplicando uma suspensão de quatro partidas.

O terceiro a votar foi o auditor José Mauro Couto, que antes de anunciar o voto pediu para ver as imagens do lance envolvendo o atacante do Corinthians. Em seguida, ele votou por suspender o jogador em seis partidas, também com base no artigo 254-A do CBJD.

O auditor Francisco Mussnich negou provimento aos dois recursos, para manter a suspensão de uma partida aplicada no primeiro julgamento. Depois, Caio Rocha acompanhou o voto do relator, pela suspensão de dois jogos para Emerson. Os auditores Alexandre Quadros e Dário Rossine acompanha o voto de Mussnich, mantendo a decisão de primeira instância. O auditor Felipe Bevilacqua votou por suspender Emerson por quatro jogos, por infração ao artigo 254-A do CBJD.

O presidente Rubens Approbato negou provimento aos dois recursos e votou por manter um jogo de gancho. Esta foi a decisão que prevaleceu por maioria de votos.

Entenda o caso:

Emerson foi suspenso por um jogo com base no artigo 250 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). No fim da partida entre Corinthians e Avaí, no Pacaembu, após uma disputa de bola, o atacante chutou a bola na direção de Daniel, do time catarinense, que estava caído. Na sequência, ainda pisou o adversário. O árbitro Leandro Pedro Vuaden apenas aplicou o cartão amarelo ao corintiano. Daniel também levou o amarelo, mas por empurrar o adversário na reclamação após o pisão.

Apesar de não ter sido expulso, Emerson foi denunciado por meio de prova de vídeo pela Procuradoria. Sob o risco de levar de quatro a 12 jogos de suspensão, o atacante foi denunciado no artigo 254-A § 1º do CBJD, por praticar jogada violenta.

Mas por maioria de votos, a Quarta Comissão Disciplinar desclassificou a infração para o artigo 250 (praticar ato desleal ou hostil durante a partida) do CBJD, e o Sheik pegou a pena mínima de uma partida.

O atacante Emerson seria julgado no dia 22 de novembro no Pleno do STJD, sob o risco de não enfrentar o Figueirense na última rodada. Mas sob a alegação de que o caso envolvendo o técnico Abel Braga, do Fluminense, foi adiado – o que deixou o técnico livre de punição neste fim de Brasileiro –, o advogado do Corinthians pediu o adiamento e também foi atendido pelo relator Alberto Puga.

Fonte: Justiça Desportiva