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Em entrevista ao site da FIFA, Juninho comenta retorno ao Brasil

\"Juninho\"


Após uma experiência de sete meses na Major League Soccer, o meio-campista e ex-jogador da Seleção Brasileira Juninho Pernambucano decidiu, aos 38 anos, retornar ao país e vestir pela terceira vez na carreira a camisa do clube do coração: o Vasco.

Considerado um dos melhores cobradores de falta da história, o jogador conversou com o FIFA.com sobre essa nova etapa da sua vida, mas também sobre a aventura no New York Red Bulls, a bela história que construiu no Lyon, time com o qual foi heptacampeão francês e a longa trajetória ao lado de grandes craques da bola. Ele ainda revelou os possíveis caminhos que poderá seguir quando pendurar as chuteiras. Confira:

FIFA.com: Juninho, você voltou ao Brasil para sua terceira passagem pelo Vasco. Como tem sido esse retorno até o momento?

Juninho Pernambucano: Estou muito feliz de estar de volta ao Vasco da Gama, porque é o clube do meu coração. Quando fui embora de Nova York, parei para pensar se deveria continuar a carreira ou parar de jogar. Após uma reflexão cuidadosa e uma conversa com a direção do Vasco, decidi retornar ao clube até o fim da temporada. Estou me sentindo cada vez melhor fisicamente e, embora nosso desempenho este ano esteja um pouco irregular até agora, quero ajudar a equipe a reencontrar o bom caminho, contribuindo com minha experiência.

No seu primeiro jogo, contra o Fluminense, você fez um gol e deu uma assistência. Difícil querer uma reestreia melhor do que essa...

Não poderia ter sido melhor. Estava muito empolgado com a perspectiva de vestir a camisa do Vasco novamente e disputar meu primeiro jogo oficial. Esse clássico era muito aguardado e conseguimos uma grande atuação. Eu estava bem fisicamente e minha participação ajudou o time a conquistar a vitória. Quando fiz o gol, senti uma alegria enorme.

Você retornou ao Vasco após um intervalo de sete meses no New York Red Bulls, time da Major League Soccer. Como foi essa aventura americana?

Foi uma experiência muito interessante, tanto dentro como fora de campo, apesar dos problemas físicos que enfrentei. Pude trabalhar ao lado de grandes jogadores, como Thierry Henry por exemplo, e viver num lugar fantástico. Nova York é um lugar extraordinário. Adorei o dinamismo da cidade. Há muita coisa para se fazer.

Sua carreira atingiu um outro patamar no Lyon, clube que você defendeu durante oito temporadas. Que recordações você guarda da sua passagem pela França?

Tenho lembranças incríveis do meu período no Lyon, um clube que ficará para sempre no meu coração. Lá pude crescer como jogador e também como homem. Em oito temporadas, conquistamos sete títulos do Campeonato Francês, o que é um feito e tanto. O presidente Jean-Michel Aulas teve o êxito de construir um grande clube, que hoje está entre os melhores da França e da Europa. Sou e sempre serei um torcedor do Lyon por toda a minha vida.

Na Seleção, você jogou ao lado de alguns dos melhores jogadores da história do Brasil, como Kaká, Rivaldo, Ronaldinho e Ronaldo. O que o deixava mais impressionado no convívio com esses craques?

Para mim é uma honra ter jogado com jogadores tão vitoriosos. Quando penso na equipe que tínhamos na Copa do Mundo 2006, era uma coisa extraordinária. O mais impressionante era a facilidade que eles tinham com a bola nos pés. Por exemplo, um jogador como Ronaldinho faz o que quer com a bola. Seja no jogo ou no treino, ele sempre surpreendia com lances incríveis.

A um ano da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014, a Seleção voltou a mostrar sua força com a conquista da Copa das Confederações da FIFA 2013. O que você acha da equipe comandada por Luiz Felipe Scolari?

É uma seleção que conta com vários jogadores talentosos e que ainda pode evoluir muito. Durante os últimos meses, o entrosamento melhorou e a equipe ficou mais compacta, principalmente na defesa. Na Copa das Confederações, o Brasil teve belas atuações, como na final contra a Espanha. Foi um ótimo teste para o ano que vem. Uma coisa é certa: o Brasil será um dos favoritos ao título.

Você está se aproximando do fim da carreira de jogador. Já pensou no que vai fazer quando deixar os gramados?

Tenho várias ideias na cabeça, mas ainda não tomei nenhuma decisão concreta. Fui convidado para ser comentarista de televisão no Brasil e na França e muito provavelmente devo trabalhar na Copa do Mundo 2014. Ainda não sei exatamente o que farei, porque minha relação com o campo ainda é muito forte, daí que a perspectiva de virar treinador também deve ser considerada. Há pouco tempo me perguntaram se eu gostaria de comandar o Lyon. É claro que é legal, mas o clube já tem uma comissão técnica. Se a oportunidade se apresentar no futuro, analisarei com cuidado porque primeiro preciso saber se tenho capacidade de assumir tamanha responsabilidade.

Fonte: Fifa.com