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Elenco terá acompanhamento de Maria Helena Rodriguez, psicóloga do clube

Ansiedade, no dicionário: “Sensação de receio e de apreensão, sem causa evidente, e a que se agregam fenômenos somáticos como taquicardia, sudorese, etc.” Inserido no atual contexto do Vasco, a definição acadêmica resume perfeitamente o momento vivido pelas bandas da Colina. Jogadores, treinador, diretoria e torcida estão receosos e apreensivos em relação ao futuro da temporada que, assim como o jogo de domingo, tem sido capaz de provocar palpitações de preocupação.

A causa para o problema, porém, é evidente. Os mau s resultados dentro de campo e as armadilhas fora de-le têm sido obstáculos difíceis de superar. Contra o Palmeiras, jogadores cometeram erros primários que acusaram mais do que apenas a fatalidade de uma jogada infeliz. O técnico Gaúcho admite que a pressão por resultados num clube que não vence um título de Primeira Divisão há sete anos é capaz de desestabilizar: – A torcida estava ansiosa pelo retorno à Série A. O Vasco ainda não conseguiu títulos este ano, as coisas não aconteceram, e há ansiedade grande dentro do próprio elenco.

Durante a semana, o treinador promete dar atenção especial à parte emocional dos jogadores para que a partida de domingo, contra o Avaí, na Ressacada, não se transforme em nova demonstração de nervosismo em campo. Além de Gaúcho, quem tratará da ansiedade do grupo será a psicóloga Maria Helena Rodriguez, integrada ao futebol profissional ano passado, durante instabilidade vivida no começo da Série B. Impossibilitada de conceder entrevistas, Maria Helena terá novo desafio pela frente, um desafio de primeira.

– Eu acho que o problema do Vasco é muito mais psicológico, é um problema na cabeça, na intranquilidade de alguns jogadores durante os jogos – confessou Gaúcho.

Ansiedade desencadeia outros sintomas e contagia

Evandro Motta, psicólogo ligado ao esporte

No futebol de alto rendimento, a ansiedade pode afetar, sim. Não sei até que ponto isso incomoda o time do Vasco no momento, pois não estou acompanhando tanto os jogos. Mas existem alguns sinais que podem ser percebidos.Umdeles é quando a equipe cria as chances e não as aproveita. Ou corre mais do que a bola em certas situações e acaba errando. Muitas vezes um jogador treina bem, mas não consegue levar o bom treino para o jogo. E ainda que tenha qualidade, fracassa.

O desempenho de um profissional, não só no futebol, depende não apenas da formação e do conhecimento. Conta se a pessoa está bem no dia . Está ligado diretamente ao estado em que se encontra psicologicamente e pode, por consequência, influenciar na atuação.

Outro sinal é a falta de concentração. Quando se sofre de ansiedade, a virtude é perdida com mais facilidade. Tais sintomas são recorrentes no esporte e o caso do Vasco, um clube grande de volta à Série A, pode vir a estar relacionado. Além disso, um ser ansioso já em demasia também pode causar o efeito nos outros. Principalmente se for o comandante.

(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal Lance)

Fonte: Jornal Lance