Edmundo relembra ocasião em que atuou no gol do Vasco
Ontem, na partida entre Flamengo e Sport, no Maracanã, uma situação inusitada acabou me levando inevitavelmente de volta ao passado, uma espécie de déjà-vu quando o goleiro Magrão saiu contundido e o meia-atacante Diego Souza vestiu a camisa número 1 para defender a meta dos pernambucanos após já ter balancado as redes.
Em 1998, num jogo entre Vasco e Cruzeiro, em São Januário, estávamos perdendo por 2 a 0 para os mineiros campeões da Libertadores quando o goleiro titular, Tiago, foi expulso. Como já havíamos feito as três substituições, eu tive que ir para o gol. Geralmente quando uma situação assim acontece, é um jogador da frente que vira goleiro, pois o time precisa se fechar para tentar impedir que a bola chegue ao seu gol.
Quando criança tinha um apreço especial pelos goleiros. A roupa diferente que vestiam, as luvas, eram especiais e chamavam atenção. Mas assumir a posição com o seu time sendo pressionado e você não ter nenhuma vocação, não é uma experiência das mais tranquilas… Vale mesmo é a boa intenção de ajudar o seu time em campo.
Na ocasião em que me tornei goleiro, acabei tomando um gol de pênalti e o Vasco perdeu por 3 a 1. Mesmo assim o meu esforço foi reconhecido e deixei o campo aplaudido, com a torcida gritando o meu nome.
Da mesma forma, Diego Souza merece todo o carinho e reconhecimento da torcida do Sport pelo comprometimento e dedicação, pois assumiu a grande responsabilidade ontem e, apesar de ter tomado o gol de empate (indefensável, por sinal), acabou fazendo uma grande defesa no final que garantiu o resultado igual dentro do Maracanã, com mais de 35 mil torcedores contra.
Volto a repetir, não é fácil, muito pelo contrário, e torço sinceramente para que o meia-atacante só volte a defender o gol nos rachões após os treinamentos… Um abraço especial para todos os goleiros do futebol brasileiro.
Fonte: Blog do Edmundo - UOL