Futebol

Edmundo marca a sua 6ª passagem pelo Vasco com compreensão e afeto

Ídolo ele sempre foi e para sempre será. Independentemente de qualquer episódio, dentro ou fora de campo, Edmundo desfruta de prestígio incondicional com a torcida do Vasco.Talvez por fazer parte dela. Ao longo de sua vitoriosa carreira, ele participou de inúmeras idas e vindas a São Januário e, mesmo jogando no estádio vestindo uma camisa adversária, sempre era aplaudido pela torcida que ele próprio já classificou como a número 1 do Rio de Janeiro, em termos de motivação.

Na sexta passagem por São Januário, que ainda se encontra no seu terceiro mês, Edmundo já protagonizou ou, pelo menos, fez parte de capítulos um tanto polêmicos: algo comum em sua carreira.

Logo em sua apresentação, foi questionado sobre seu desafeto de longa data, o ex-jogador Romário, na época atuando como treinador. Ele preferiu ser ponderado e até o elogiou.

"O que me ajudou muito foi que o Eurico me disse que, ao propor o meu nome, a primeira pessoa a apoiar a idéia foi o Romário. Isso é uma demonstração de que, apesar das dificuldades, dos problemas que a gente já teve, o carinho e a admiração existem", disse.

Coincidência, ou não, Edmundo só passou a trabalhar com o restante do time após Romário se desligar do clube por se desentender com o presidente Eurico Miranda.

Sai Romário, e o auxiliar Alfredo Sampaio é promovido ao cargo de treinador. Passados alguns dias, quando Alfredo já começava a implantar sua filosofia de trabalho, Edmundo, que realizara uma reestréia não muito boa, ao perder um pênalti na semifinal da Taça Guanabara contra o Flamengo, criou mais uma polêmica ao questionar o desempenho do técnico. No entanto, tudo se resolveu com uma boa atuação do jogador e uma convincente goleada sobre o Boavista por 4 a 0 quando, após marcar um gol de pênalti, Edmundo correu em direção a Alfredo e lhe deu um aperto de mão. A história teve fim com a demissão de Alfredo, que teceu críticas ao atleta após derrota para o Volta Redonda e a volta de Antônio Lopes, no dia 31 de março.

Queda de rendimento

A partir daí, o ídolo não voltou a fazer boas partidas, chegando ao ponto até de ser vaiado pela torcida, na última rodada da Taça Rio, no empate em 2 a 2, novamente com o Flamengo. Porém, do alto de seus 37 anos, mostrou maturidade e encarou naturalmente as vaias. Já nas semifinais do segundo turno, contra o Fluminense, teve uma boa atuação, ressentindo-se apenas por ter sido substituído a três minutos do fim. O Vasco foi eliminado nos pênaltis e o jogador, mais uma vez mostrando maturidade, não contestou a decisão.

A volta por cima

Com a desclassificação no Estadual já fazendo parte do passado, a estrela do capitão vascaíno resolveu brilhar. Poupado do primeiro jogo contra o Criciúma, em São Januário, pelas oitavas-de-final da Copa do Brasil, Edmundo fez com que a torcida voltasse a reverenciá-lo quando entrou na segunda etapa, tendo uma boa participação e fazendo, de pênalti, o gol da vitória por 1 a 0. Na partida de volta, relembrou seus bons tempos de 1997, ao fazer grandes jogadas e marcar um golaço, deixando dois adversários no chão e chutando no canto do goleiro. Com o empate em 2 a 2, o Vasco avançou para a próxima fase e agora aguarda seu próximo adversário, ou melhor, a próxima vítima do craque e torcedor. E dessa vez com a companhia de Leandro Amaral no ataque, o que para o técnico Lopes, pode ser uma das melhores duplas de ataque do país.

Fonte: Jornal dos Sports