Eder Luis adia aposentadoria graças a implante de menisco de cadáver
É consenso entre os atletas de alto nível que as dores fazem parte de todo o processo de competitividade. No entanto, para o atacante Eder Luis, de apenas 29 anos, o problema no joelho chegou a colocar em risco a possibilidade de continuar a exercer sua profissão. Porém, após nova lesão no início de 2014, o jogador do Al-Nasr resolveu apostar em uma técnica pouco convencional: uma cirurgia para implante de um menisco oriundo de um cadáver. Segundo o atleta, que tem contrato com o Vasco até 2016, a técnica permite que ele possa retornar a jogar em alto nível já no início do ano que vem.
- Quando você sente dor, é difícil competir em alto nível. Você joga um jogo, mas, quando está com dor, você reduz, porque seu corpo quer proteger. Não vai tirar nada do seu corpo. Vai ter um menisco ali, que vai suprir normalmente, igual ao outro - comentou Eder Luis.
Para o dr. Rene Abdalla, diretor do Instituto do Joelho do Hospital do Coração, em São Paulo, a nova metodologia permite que as chances de sucesso da cirurgia seja superior à técnica convencional, no entanto, com um tempo de recuperação maior. O especialista critica, entretanto, a legislação brasileira.
- Como você não tem que tirar uma parte do próprio paciente, ou seja, o tendão do próprio paciente, você agride menos o paciente para fazer esse procedimento. Porém, nós não temos ainda no Brasil uma legislação que incentive a construção de bancos de tecidos, para ter a captação, e muito menos a comercialização, que é muito comum na Europa e nos Estados Unidos - disse o médico.
Segundo o fisioterapeuta que acompanha a recuperação do atacante, que sofre com problemas no joelho direito desde os 17 anos, a cirurgia de enxerto do menisco de uma pessoa morta no lugar da cartilagem rompida poderá prolongar a carreira de Eder Luis.
- Dá ao atleta a condição de ter um menisco novo. Então, toda aquela função, da estrutura do menisco, é reposta - afirmou Fábio Marcelo.
Menisco é o tecido entre a cartilagem da tíbia e do fêmur. Quando acontece uma ruptura, o mais comum é a retirada da parte lesionada, o que diminui o equilíbrio, a absorção de impactos e causa muitas dores no atleta. Com o transplante de menisco, toda a área comprometida é retirada e substituída por um enxerto. No caso de Eder Luis, o novo tecido veio de um banco de doadores mortos. A técnica se chama "Aloenxerto".
Fonte: SPORTV
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