Dulce Rosalina, a 1ª mulher a presidir uma torcida organizada no Brasil
Numa época em que os direitos das mulheres eram pouco assegurados, uma torcedora fanática do Vasco, fazia história. Dulce Rosalina, a primeira mulher a ser presidente de uma Torcida Organizada no Brasil. Texto escrito por
@ordepsiger
SEGUE O FIO... Noite de Copa | Dep. De Redação
Dulce Rosalina nasceu em 1935. Natural do Rio de Janeiro, filha de pai português e apaixonado pelo Vasco. Ao longo de sua juventude, a paixão pelo clube cruzmaltino só cresceu, dentro e fora de campo, pelo posicionamento do clube em relação aos direitos humanos, numa época que, em algumas circunstâncias, era perigoso se posicionar sobre.
Em 1956, aos seus 22 anos, Dulce assumia a presidência da Torcida Organizada do Vasco (TOV), à época, a maior torcida organizada do clube cruzmaltino. Além de levantar uma bandeira sobre a presença do público feminino nos estádios e no futebol, Dulce inovou na maneira de torcer, trazendo o papel picado e as baterias para as arquibancadas.
Sua importância para o clube era notória, tendo amizade com jogadores e dirigentes, e ficou ainda mais clara, quando em 1965, após ser barrada e presa pela Polícia, o time do Vasco se recusou a entrar em campo. O motivo era que os filhos da torcedora “portavam objetos de perigo”, no caso, sacos de papel picado.
Dulce Rosalina enfrentava diversos obstáculos para ver o Gigante da Colina. Além de viajar pelo país para acompanhar o time, Dulce vivia numa época em que o futebol era “para poucos”, e “para nenhuma”. Era proibida a profissionalização do esporte para as mulheres, e para aquelas que eram apaixonadas, Dulce servia de inspiração, e levantava uma bandeira, dentro e fora do campo, para elas.
Em 1977, por questões políticas envolvendo o clube e a TOV, Dulce deixou a presidência e fundou sua própria Torcida Organizada, a RenoVascão.
Nos anos 90, Dulce se afastou das arquibancadas, devido a problemas de saúde, mas sempre fazia de tudo para acompanhar o time. Falecida em 2004, o legado de Dulce Rosalina é reverenciado até hoje. Uma rua próxima ao São Januário leva seu nome, e diversos projetos de inclusão feminina no futebol são inspirados na sua trajetória.
Uma paixão que ficou escrita na história, tanto do Clube de Regatas Vasco da Gama, quanto do futebol brasileiro!
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