Dorival revive os mesmos problemas de Autuori no Vasco
A saída de Paulo Autuori do Vasco, em julho deste ano, foi justificada pelas promessas não cumpridas da diretoria que frustraram o treinador. Dorival Junior foi contratado, completou dois meses no início da semana, mas as dificuldades seguem praticamente as mesmas. Pressão da torcida, a falta de um goleiro que dê tranquilidade ao time, salários atrasados. Tudo isso reflete na posição da equipe neste Campeonato Brasileiro: 18º, com 24 pontos em 22 jogos.
Para piorar, o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) decidiu na última quinta-feira punir o Vasco com a perda de quatro mandos de campo por conta da briga entre torcidas contra o Corinthians, no dia 25 de agosto, no estádio Mané Garrincha. A equipe terá que jogar a 100 quilômetros do Rio de Janeiro em local definido pela CBF.
Apesar do momento ruim, a expectativa do treinador é de que a promessa de pagamento dos salários do grupo na próxima semana se concretize e ajude a incentivar o time. A diretoria busca resolver a questão das CNDs (Certidões Negativas de Débito). Sem o documento, as verbas de patrocínio da Caixa continuam bloqueadas. Abatido e chateado com a situação do Vasco, Dorival segue com a confiança da diretoria para reverter a situação, mas acumula frustrações.
Veja as decepções de Dorival na lista abaixo:
SALÁRIOS ATRASADOS
Os problemas financeiros causam desconforto na comissão técnica e nos jogadores. O Cruzmaltino já deve os salários de julho e agosto e a promessa é de que todas as contas sejam quitadas na próxima semana. Os dirigentes consideram que honrar os compromissos com os atletas é fundamental para ajudar Dorival Junior a motivá-los em busca do fim da má fase e da fuga da zona de rebaixamento. O discurso oficial, porém, é de que os atrasos não estão afetando o desempenho.
ELENCO INCHADO
Apesar de as dívidas com os jogadores serem preocupação constante, o Vasco não ficou parado na busca por reforços. As movimentações no mercado foram tantas que deixaram o elenco inchado. Por outro lado, a diretoria foi lenta na tarefa de reduzir este grupo, algo proposto por Dorival. Foram 22 atletas contratados, apesar de ainda existirem dúvidas em algumas posições. O gol, a lateral-esquerda e meio-campo ainda não têm titulares considerados absolutos.
VAIAS E PERSEGUIÇÃO
O clima em São Januário não é bom. Os torcedores já não demonstram paciência com o time e cobram uma reação rápida no Brasileiro. Alguns jogadores são os alvos preferenciais da perseguição da torcida, como o goleiro Diogo Silva, que já perdeu a posição de titular. Além das vaias durante os jogos, muros pichados e barulho de rojões já viraram rotina no dia a dia. Na última terça, quatro torcedores invadiram treino no CFZ para protestar. A segurança foi reforçada na sede do clube.
AUSÊNCIA DE UM GOLEIRO 'TITULAR'
Três nomes e nenhum resultado. Alessandro, Diogo Silva e Michel Alves foram testados em 2013, mas todos falharam e causaram desconfiança. Nomes como Marcelo Grohe, Ricardo Berna e Helton foram sondados pela diretoria, mas ninguém chegou para reforçar o setor. Sem um camisa 1 considerado titular, a pressão da torcida piorou o desempenho e aumentou o número de erros. Diogo foi preservado por Dorival e Michel Alves é o nome da vez no momento de crise.
MARATONA ATRAPALHA PREPARAÇÃO
Nove jogos em um período de 30 dias. A maratona vivida pelos clubes brasileiros em agosto fez com que o Vasco tivesse pouco tempo para se ajustar com o novo treinador. Com exceção das duas primeiras semanas livres para treinamento, Dorival não conseguiu mais ter um período de coletivos e treinamentos táticos. Os dias após as partidas são de recuperação dos jogadores e as atividades são sempre moderadas para evitar lesões, principalmente com os mais experientes.
Fonte: UOL Esporte
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