Dorival Júnior fala sobre queda de produção, elenco e jogadores
Declarações do treinador Dorival Júnior ao programa \"Só Dá Vasco\" da última 3ª-feira (07/07):
QUEDA DE PRODUÇÃO DO VASCO APÓS ELIMINAÇÃO NA COPA DO BRASIL
\"Acho que sempre que existe uma caída de produção brusca, como acabou acontecendo com a equipe, vários fatores contribuem para isso. Primeiro, que nós chegamos no limite do emocional de qualquer atleta, principalmente quando você vislumbra a possibilidade da disputa de uma final de campeonato. Queira ou não, sair da maneira como nós saímos da competição naquele instante, realmente... Quando nós chegamos no vestiário do Pacaembu naquele dia, deu para sentir que a partir de ali teríamos que recomeçar uma nova fase, e que não seria tão simples esse recomeço, em razão da forma como acabou acontecendo.\"
\"O que eu vejo é que em todos esses jogos, nós tivemos muito mais pontos negativos do que negativos, à exceção do jogo do Duque de Caxias aqui, quando jogamos realmente muito abaixo da nossa média. Tanto o Figueirense, como o Guarani e o próprio Bragantino, que não fizemos uma partida tão boa, mesmo assim, um gol mudaria completamente o contexto de tudo isso. Nós ficaríamos apenas com uma derrota com o Paraná e um empate, podemos dizer assim, com o Duque de Caxias. Foram dois jogos que realmente nós jogamos abaixo do adversário, da condição ideal ou mínima que pudéssemos ter e que vínhamos tendo.\"
\"O que eu vejo é que esse caída também em razão da perda de alguns jogadores importantes, da caída de produção de outros jogadores, que davam sustentação à equipe. Na realidade, o que sustentou a nossa equipe nesses momentos pós Copa do Brasil foi basicamente a postura da nossa defesa, que mudou nomes, mas que manteve a mesma postura, tanto é que sofremos, até agora, quatro gols. Justamente porque tivemos uma postura muito segura. O que nós perdemos foi o setor de criação e o setor de finalização da equipe, o que vinha sendo forte no nosso time. Poucos foram os jogos do Campeonato Carioca em que nós deixamos de fazer no mínimo um gol. A equipe vinha mantendo essa postura. Foram muitas situações somadas. A caída de produção do próprio Carlos [Alberto], que era e é um jogador importantíssimo para nós, mas que vinha há quase 60 dias sem poder treinar. Se pegarmos a escalação da nossa equipe quando nós finalizamos o Campeonato Carioca e a Copa do Brasil, já veremos algumas mudanças. Depois disso, para a escalação de hoje, nós vamos ver que apenas um ou dois jogadores se mantiveram como titulares. Desde a perda do Tiago, o que é considerável pela entrada do Fernando [Prass]. Mas a caída de produção do Paulo [Sérgio], do Nilton, do Jéferson, a lesão do Nilton, a lesão do Carlos Alberto, depois a volta do Carlos, perdendo ele em um jogo importantíssimo, que foi contra o Botafogo, a decisão. Elton, sem lesão, cai de produção. Alex Teixeira caiu muito. A defesa foi quem manteve uma excelente postura. Tanto defensivamente, Paulo Sérgio, Fernando, Vilson, Gian, Titi, Ramon, e Amaral, principalmente, todos jogadores que mantiveram uma postura excelente ao longo desses seis meses, uma regularidade muito boa. Essa sustentação da equipe, nesse segundo momento, deveu-se a isso, porque a nossa caída foi grande.\"
\"O que eu vejo é que o Vasco vive um momento indigesto, até certo ponto negativo, por toda aquela situação criada. Mas compreensível, em todos os aspectos. A partir do instante em que tivermos todo o grupo recomposto, eu não tenho dúvida nenhuma que nós teremos um outro momento e estaremos vivendo uma outra situação. Com certeza, aí sim poderemos observar o verdadeiro Vasco em campo. Agora, é natural que os resultados em sequência não chegando, não vindo, cria-se uma expectativa, uma ansiedade. Isso é muito ruim, principalmente para uma equipe jovem como a nossa. É uma equipe que, queira ou não, foi formada há apenas seis meses e reformulada nesse período todo. Se nós pegarmos a primeira escalação, vamos observar que muita coisa já mudou. Hoje eu peguei um comentário lá dentro, que nós já usamos 36 jogadores. É para vocês verem que é a necessidade. O número de lesões que nós tivemos - ombro, choque, batida, uma ou outra lesão muscular, o que é natural. A exigência é grande. Fora cartões.\"
ELENCO DO VASCO
\"Nós temos que estar sempre no limite, jogando no limite. O Vasco só vai ter sucesso se sempre jogar no limite. A nossa equipe é uma equipe tecnicamente boa, mas é uma equipe que não tem esse diferencial, não tem esse baixinho que você acabou de citar o nome [Romário fazendo a diferença em 2005], não tem um jogador desse nível. Nós temos que estar sempre, sempre no limite. Isso é uma exigência que nós fazemos lá dentro. Só que, infelizmente, nós estamos atravessando um momento ruim, muitas lesões.\"
PERDA DE JOGADORES
\"Eu não me prendo muito a uma ou outra alteração. Se você sai, perde um jogador de ponta e de destaque, é natural que tenha uma perda. Mas você consegue, com o elenco... É por isso que digo muito que o elenco restabelecido é o elenco pronto. Você perde, mas compensa de uma outra forma. Hoje em dia, os jogadores se assemelham muito. Logicamente que se tivéssemos perdido um jogador do porte de um Romário - eu cito sempre o Romário porque, para mim, sempre foi uma referência como definidor -, do porte de um Edmundo em um grande momento, um Alex, aí sim você teria uma perda real. Acho que não é o caso, nesse instante, da grande maioria das equipes do futebol brasileiro.\"
CARLOS ALBERTO
\"É um jogador que, para mim, se ele botar na cabeça dele, com certeza pode se tornar um dos grandes atacantes do futebol brasileiro, pela caraceterística que tem. Isso, ele vai aproveitar já por ser um meia, por ter esse poder de deslocamento, de poder flutuar entre os zagueiros e volantes. Acho que isso, para ele, seria um ponto que o ajudaria muito. Logicamente que vai depender muito se ele vai querer buscar uma mudança na posição. Na minha concepção, ele deveria usar desse artifício. Só que eu vou respeitar a individualidade do atleta. Se ele me disser que sim, vamos continuar trabalhando. Do contrário, jamais. Jamais eu vou interferir naquilo que ele pense. Vai continuar sendo o meia que sempre foi, sem problema algum. Isso é uma questão de ponto de vista apenas. Eu não posso, por ser o comandante, em um ou outro jogo, em uma eventualidade, mudar a característica de um atleta. Só se houver, logicamente, a aceitação do mesmo.\"
PAULINHO
\"Um outro ponto que eu acho, o aproveitamento do Paulinho. Nós não podemos deixar de salientar também que o Mateus, em todos os momentos que entrou, entrou muito bem. O Paulinho teria agora uma oportunidade, em razão da minha opção com relação a Léo [Lima] e a Nilton, mas teve uma viagem e ficou a semana passada inteira, oito dias fora do Brasil, providenciando uma situação, com um problema. Voltou e está reativando o treinamento. Eu não seria coerente se deixasse, nesse momento, o Souza, que vinha sendo a primeira opção, e por merecimento, fazendo belos treinamentos, se eu o tirasse, dando a possibilidade do Paulo poder entrar diretamente na equipe. Mas é um garoto que vem nos agradando muito e crescendo de produção.\"
FAGNER
\"A mesma coisa se deve ao Fagner. Está na hora dele me mostrar que está melhor do que o Paulo [Sérgio]. Eu é que fico esperando isso.\"
JOGADORES POUCO APROVEITADOS
\"Quando um jogador de repente não aparece no banco, em uma opção, em uma escalação, não é porque você tenha determinada situação em que tem isso ou aquilo. Raramente isso acontece. Quando o jogador está melhor do que o outro, fatalmente ele vai se mostrar melhor com o decorrer de treinamentos. Se no primeiro momento você não consegue enxergar, com certeza daqui a pouco vai estar olhando. Alguém vai te dar um toque, um alô. Alguém vai despertar uma situação \"Esse jogador está melhor do que aquele\". Eu observo. E isso acontece. Se você não tem essa condição de estar observando, com certeza alguém vai estar por você, e esse alerta vai ser dado. Em nenhum momento até agora, esses jogadores que estejam teoricamente, salvo algumas exceções, por merecimento de alguns jogadores que vinham atuando dentro de uma regularidade, caem um, dois. Alguns, você dá três, quatro jogos para que se recupere, por crédito anterior. Salvo essa situações, nenhum ali estava vivendo um melhor momento do que quem estivesse jogando. Por isso é que você, às vezes, fica sem condições de poder dar uma oportunidade a esse atleta. Ele tem que me mostrar em treinamentos que está merecendo. Por isso é que eu falo que dou muito valor a um treinamento. O treinamento, para mim, escala, substitui, mostra que o atleta está melhor preparado do que o outro, e que tenho eu, por obrigação, de dar uma oportunidade. Para mim, o treinamento é fundamental. Eu me baseio muito em treinamento para a definição de uma equipe. Por isso é que eu não tenho dúvida que essa equipe que vai entrar sábado, com muitas alterações, vai entrar forte. Tivemos dez dias em que nós batemos muito com treinamento. Eu espero que a gente tenha assimilado tudo aquilo que foi feito. Vamos ainda usar esses últimos dias para melhorarmos o máximo possível, para que busquemos uma equipe bem substanciosa, bem forte, e que tenhamos um grande jogo com a Ponte Preta.\"
NILTON
\"Ele vinha sendo muito regular, em todos os sentidos, tanto marcando muito bem, sendo a primeira opção de saída de bola nossa, saindo com qualidade, dando um toque só na bola. De repente, em determinado momento, o Nilton caiu, perdeu um pouco da confiança. Não tem problema, não. Vai treinar e vai voltar daqui a pouco. Se merecer, vai jogar. Se não merecer, vai ficar assistindo como outro qualquer. Acho que eu tenho que tratar todo mundo com igualdade. O Nilton é um jogador que tem todo o meu respeito - ele sabe disso -, toda a minha consideração, vai ter toda a força possível para se recuperar. Depende dele me mostrar que vai estar melhor do que o Mateus, o Paulinho, o Amaral, o Souza.\"
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