Futebol

Dorival Júnior explicou como orienta o time no intervalo

Quanto tempo um professor precisa para fazer seus alunos entenderem a matéria? No caso do técnico Dorival Júnior, são apenas 15 minutos. E pelo que se tem visto nas partidas recentes do Vasco no Carioca, o professor vascaíno tem trabalhado muito nos vestiários.

Com atuações melhores no segundo tempo, o time cruzmaltino tem surpreendido os adversários.

Foi assim contra o Resende e, no domingo passado, no clássico com o Fluminense. A vitória sobre a equipe do sul-fluminense só aconteceu após a conversa de Dorival, no vestiário do Raulino de Oliveira. Até então, o 1 a 1 no placar indicava um jogo equilibrado. Mas, no retorno, o Vasco atropelou e marcou mais dois gols.

Contra o Tricolor, o time vascaíno errou muitos passes (18) na primeira etapa, mas consertou e errou um pouco menos (16) no segundo. O ataque também melhorou. No início foram 15 desarmes, contra 21 no segundo tempo. E o time ainda aumentou a posse de bola na troca de tempo (4’44” contra 5’43”). E essa melhora aconteceu com um jogador a menos, devido à expulsão de Alex Teixeira aos quatro minutos.

Segundo o próprio Dorival Júnior, os números estão melhorando, também, por causa do entrosamento do time. Para o treinador, esse crescimento aumentará de acordo com a sequência dos jogos.

– Todos estão se conhecendo ainda. E a assimilação está sendo rápida por causa da entrega dos jogadores. Estou muito satisfeito com essa dedicação – disse.

Dorival revelou que não gosta de fazer alterações na equipe nos intervalos, exceto quando há um problema físico.

– Prefiro não mexer no vestiário.

Gosto de dar um tempo para ver se eles assimilaram as minhas orientações. Se não funcionar, eu faço as mudanças necessárias em campo.

É muito importante conversar com o jogador. Às vezes, em um simples bate papo é possível conseguir corrigir um posicionamento – afirmou o professor Dorival.

Em 2008, a história foi bem diferente

Se hoje o Vasco pode contar com um treinador que, em 15 minutos, muda o jeito de o time jogar, na temporada passada a história não foi nem um pouco parecida. Em 2008, a equipe cruzmaltina não conseguia se organizar e mudar o resultado na segunda etapa.

No Campeonato Brasileiro, essa inapetência ficou bem evidente.

Em 15 jogos, a vitória do adversário foi construída na primeira etapa e o Vasco não conseguiu uma reação na etapa final. Aliado a isso, sofreu 41 gols no fim, nove a mais do que na etapa inicial. Já as vitórias também foram escassas na etapa. Em apenas quatro jogos, o Vasco venceu o segundo tempo, contra sete da primeira etapa.

E um dos motivos para isso pode ser o elenco formado para esta temporada. Com jogadores de níveis parecidos, o técnico Dorival Júnior tem dado oportunidade aos seus comandados.

– O elenco é bem equilibrado. Os que entraram estão mostrando o seu valor – afirmou.

O que tem dado certo

Variações táticas

Dorival Júnior tem escalado o Vasco no esquema 4-5-1, com Alex Teixeira fazendo algumas vezes a função de segundo atacante. Após os intervalos, frequentemente o esquema passou a ser o 4-4-2, com dois atacantes fixos, chegando até mesmo ao 4-3-3.

Banco participativo
O treinador tem lançado jogadores que têm influenciado diretamente o resultado das partidas. Faioli, sempre reserva, já marcou dois gols no campeonato.

Mudança de postura
Alguns jogadores têm cumprido um ritual neste Carioca. Alex Teixeira, titular em todos os jogos, voltou para o segundo tempo das partidas demonstrando grande evolução, com exceção do clássico de domingo. Dorival tem realizado trabalho na parte motivacional.

Fonte: Lance