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Dorival Júnior frisa necessidade de melhor estrutura para os clubes cariocas

No início da década de 90, ao reclamar do minguado número de bolas à disposição para um treinamento técnico na Gávea, Vanderlei Luxemburgo comprou para sempre uma briga conceitual com o mesmo Márcio Braga que hoje preside o Flamengo.

Não demos ouvidos — se demos, não foi o bastante. Vivíamos da ilusão de que a contínua revelação de talentos, aliada ao passado glorioso dos grandes clubes do Rio de Janeiro, bastaria para que Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco se perpetuassem na linha de frente do futebol brasileiro.

Pura ilusão!

Hoje, percebo nas entrelinhas do discurso sereno de Dorival Júnior, técnico do Vasco, um brado semelhante ao de Vanderlei.

Mesmo com medo de ferir suscetibilidades, Dorival põe o dedo na ferida e constata que os clubes cariocas precisam melhorar suas estruturas o quanto antes se quiserem alcançar as principais forças do país.

“Fora isso, estaremos condenados a termos de nos contentar com títulos estaduais”, avisa.

Por isso, acho mesmo que este projeto de reconstrução do Vasco, começando pela troca da diretoria, passando forçosamente pelo futebol e alcançando os corredores do clube, até chegar ao mais simplório funcionário, deveria ser tomado como espelho.  

E tomara que essa oxigenação, com jeito de assepsia, alcance logo parte das metas propostas, tanto desportivas como financeiras, para que possamos ver outros clubes tomando rumos semelhantes.

Nunca é tarde para recomeçar...

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