Dodô relembra passagem pelo Vasco e música feita em sua homenagem
Simpático e com boas risadas, Dodô atendeu ao Blog Sem Firula com a mesma elegância que usou em campo para fazer seus belos gols. De volta ao futebol profissional, o artilheiro dos golaços atuará pelo Grêmio Osasco, na Série A-2 do Campeonato Paulista.
Sem fugir de nenhuma pergunta, Dodô falou dos principais clubes em que jogou, doping, lembrou erro de arbitragem e apontou seu gol favorito. Além disso, o veterano mostrou-se motivado com o projeto do amigo Vampeta e ressaltou que pode continuar ano que vem caso tenha sucesso, se lembrando de outros medalhões. E ele não descarta uma volta a um time da elite do futebol brasileiro: \"Sou fominha. Quem sabe?\"
Claudio Portella: Você voltará a jogar profissionalmente pelo Grêmio Osasco. Como o Vampeta (vice-presidente) te convenceu a retornar?
Dodô: O Vampeta é um grande amigo. Viajei para os EUA e voltei. Ele me ligou, tomamos café da manhã juntos e acertamos. Foi simples. Devo fazer minha estreia daqui a uma semana.
CP: Aos 39 anos, o que te mantém motivado? O Grêmio Osasco está na primeira colocação. Caso suba para a primeira divisão, você pretende continuar?
Dodô: Tenho 38 ainda (risos)! Não me envelhece! (risos). Estou indo para dar uma força ao time. A equipe é líder da Série A-2 do Paulista e está fazendo bonito. Acho que posso ajudar com minha experiência. Gostei muito do projeto. Tenho amigos no Osasco, o Vampeta, Viola, que gostam muito de mim e outros tantos. O intuito é classificar o time para a primeira divisão e, se estiver bem, continuar.
CP: Alguns medalhões já passaram dos 35 anos e permanecem brilhando em times grandes. Zé Roberto, Deco e Seedorf são alguns exemplos. Agora, o Rivaldo, (embora esteja no São Caetano) que com 40 anos, vem marcando gols. É uma inspiração para você voltar a brilhar?
Dodô: Claro! Sempre tive uma condição física boa. Não bebo, nem fumo. Jogo muitas peladas e tenho treinado. Todos que você citou são diferenciados. Assim como eles, pretendo ser útil fazendo gols.
CP: Então se pintar um convite no segundo semestre, podemos vê-lo novamente fazendo belos gols em um clube grande do Brasil?
Dodô: Sou fominha (risos). Quem sabe? Vamos com calma, né? Mas posso dizer que tenho 38 anos e estou muito bem fisicamente. Se ainda vou ter este privilégio, não sei. Mas com todos estes exemplos de bons jogadores ainda na ativa, se tudo der certo... será um prazer.
CP: Você jogou em vários times grandes brasileiros. Em Sampa: São Paulo, Santos e Palmeiras. No Rio: Botafogo, Fluminense e Vasco. Qual passagem você destacaria?
Dodô: No meu início, tudo foi muito difícil. Muito duro. Mas consegui ir bem no São Paulo. Foi onde tudo realmente começou a andar. Dentro de campo, no Botafogo tive uma passagem sensacional. Mas aí veio o doping...
CP: Pois é, pelo jeito que fala, você guarda mágoa do Botafogo por conta daquele episódio? Sentiu-se prejudicado?
Dodô: Não tenho não, cara. Mas me atrapalhou muito sim. Fiquei sem jogar um bom tempo por uma coisa que não fiz. Foi meu pior momento.
CP: Após Túlio Maravilha, você foi o primeiro nome que realmente se identificou com a torcida do Botafogo. Mas você saiu de General Severiano e acabou indo para o Fluminense. Por que você saiu se os torcedores gostavam tanto de você?
Dodô: Meu relacionamento com a torcida foi o melhor possível. Gostavam muito de mim e eu deles. Sempre fui bem no Botafogo. Tinha mais dois anos de contrato, mas não teve como ficar. Acabou a confiança. Eu quis sair. Ninguém se manifestou na época do doping. Quando acaba a confiança não tem mais como.
CP: Depois veio o Fluminense e um super time...
Dodô: Gostei muito de jogar no Fluminense. Foi minha segunda passagem. Pude fazer gols importantes na Libertadores. Foi muito legal. Formamos uma bela equipe.
CP: E no Vasco, por que não deu certo?
Dodô: Tive um ótimo início, mas estar em um time grande após ficar sem jogar dois anos... Foi difícil. Tentei, mas foi complicado. Agradeço muito a oportunidade que me deram. Até uma música bem bacana fizeram para mim lá (risos).
CP: Mas não tem nenhum clube que ficou no seu coração?
Dodô: Cara, difícil falar... Não tenho do que reclamar da minha carreira. Estive em grandes equipes. No Botafogo foi onde fiquei mais tempo. Foram três boas passagens e muitos gols. Foi o mais especial.
CP: Pelo Alvinegro, você foi campeão carioca em 2006 e, em 2007, foi a estrela do time que encantou com um futebol vistoso, mas que acabou ficando no quase... O que aconteceu?
Dodô: Não ganhamos porque fomos roubados. É só ver lá. Anularam meu gol contra o Flamengo. Não estava impedido. O juiz ainda me expulsou e eu era o primeiro batedor de pênalti. Fomos prejudicados. Nosso time era melhor. Depois, continuamos bem em todas as competições. Disputávamos o título até o meu doping. Aí, tudo desandou. Se não fosse isso, dificilmente não teríamos ido mais longe. Pergunta para o Cuca se isso não foi o principal motivo? Ele vai te dizer. Mas, como dizem, tem coisas que só acontecem ao Botafogo (risos). Mesmo assim, formamos um timaço.
CP: Qual o segredo para fazer tantos gols bonitos?
Dodô: Gol é gol, né? É esperar dentro da situação do jogo, e estar bem posicionado. Não tem segredo (risos).
BATE-PAPO SEM FIRULA:
1) Música?
Sou um cara evangélico. Então gosto de música evangélica. Fernandinha é muito bom.
2) Ídolo?
Zico. Sempre foi e já disse isso pra ele.
3) São Paulo ou Rio de Janeiro ?
Difícil. Gosto muito das duas cidades. Fico em cima do muro. 50% cada, pode ser?
4) Comida?
Arroz de brócolis com salmão.
5) Melhor treinador?
Acho que foi o Cuca. Parceiro. Fiz muitos gols com ele. Fazia um esquema muito bom e que me ajudava. O Mário Sérgio também era um paizão.
6) Qual golaço?
Caraca, sei lá! Essa não é fácil... Acho que aquele... Aquele que fiz pelo Fluminense, na Libertadores. Acertei um belo chute de primeira. Até hoje me param na rua falando desse gol. Acho que marcou. (O gol foi na Libertadores de 2008, contra o Arsenal, da Argentina. O Tricolor venceu por 6 a 0.)
7) Sonho?
Complicado... Não pensei que jogaria mais. Acho que não tenho um sonho. Ajudo meus pais, e amo ficar com minha família. Agora quero poder ajudar o Grêmio Osasco a subir para a Série A. Por enquanto, é esse.
RAPIDINHA:
Dodô jogou muito. Não duvido nada que voltará a marcar golaços pelo Grêmio Osasco. E olha, tem muito clube aí sem um bom centroavante... Vale ficar de olho no Artilheiro dos gols bonitos! Se realmente estiver bem fisicamente...