Categorias de base

Dirigente do São Paulo faz acusações ao Vasco por atletas da base

Em entrevista à Rádio ESPN, nesta segunda-feira, José Francisco Mansur, advogado e assessor da presidência do São Paulo, afirmou que o clube do Morumbi age de maneira correta quando vai atrás de jogadores da base e garantiu ter gasto "milhões" em contratações.

"O São Paulo já gastou alguns milhões de reais em contratações de jogadores da base. Isso pode ser constatado com Guarani, Desportivo Brasil. Se o São Paulo verifica que o atleta tem contrato regular com um clube, ele faz negociação normal, como acontece no profissional, faz uma oferta em dinheiro e paga para trazê-lo. O São Paulo não tem por hábito tirar os jogadores dos clubes se há um contrato regularmente firmado", falou o dirigente.

"O único caso em que o jogador vem para o São Paulo sem que a gente pague indenização é quando a família procura o clube - e não acontece só conosco - alegando que o contrato não está regular (como é o caso desse goleiro da Ponte Preta). O São Paulo tem uma conduta absolutamente regular com os outros clubes no que diz respeito a contratação ou transferência de atletas da base", disse.

O São Paulo está próximo de sofrer boicotes de outros clubes em competições de base, sendo acusado de aliciar atletas quando da estadia de seleções no CT de Cotia ou em outros torneios. Flamengo, Fluminense, Botafogo, Vasco, Cruzeiro, Atlético-MG, América-MG, Vitória, Sport, Coritiba, Figueirense e Goiás já aderiram ou estão perto de boicotarem o time tricolor.

Para Mansur, porém, muitos dos dirigentes não possuem respaldo da presidência de seus clubes. Além disso, acredita que o São Paulo é vítima de um "cartel patronal".

"Eles chamaram o São Paulo para participar de uma associação que pretendia estabelecer condições pelas quais mesmo que esses clubes não cumprissem as obrigações com os atletas o São Paulo ficaria impedido de receber tais jogadores. Nós nos recusamos a participar disso. O que acontece, e que já aconteceu muitas vezes na história, é que existe é a formação desses cartéis patronais, onde os patrões se unem para criar uma situação que é absolutamente prejudicial ao empregado. O que levou os outros 12 a se revoltarem foi que o São Paulo não quis participar disso, e aí querem perseguir quem não entrou. Respeito a opinião dos outros 12, mas essa é a visão do São Paulo", afirmou.

"É muito comum acontecer de dirigentes, profissionais, executivos das categorias da base dos clubes levarem essa ou aquela posição para a mídia, posarem que vão agir dessa ou daquela maneira contra o São Paulo e não serem respaldados pelos presidentes de seus clubes. Já aconteceu inclusive de dirigentes profissionais do Flamengo serem retirados das suas funções por terem manifestado determinada posição contra o São Paulo que não foi respaldada pela presidência. A gente não pode nem colocar que essas posições são dos clubes, em princípio elas são - não todas - dos profissionais ou dos dirigentes da base", explicou o assessor de Juvenal Juvêncio.

Questionado sobre as situações dos jogadores Foguete e Gabriel Boschilla, José Francisco Mansur criticou o Vasco pelo estado em que o primeiro chegou e assegura que o São Paulo pagou ao Guarani para adquirir o segundo. "Foguete saiu do Vasco na Justiça. Veio para o São Paulo livre. Chegou, a família reclamando de condições absolutamente precárias do tratamento que ele recebeu no Vasco. Fomos fazer exames clínicos, e Foguete teve que extrair 12 dentes, tão precária era a condição que ele tinha e uma situação gravíssima na questão odontológica. Se não tivesse feito uma intervenção urgente na dentição, ele poderia ter tido uma infecção que poderia ter se alastrado pelo resto do organismo", revelou.

"A carreira dele poderia ter sido interrompida, um jogador de 17 anos, potencial excelente, com convocações para a seleção sub-17. Poderia ter tido sua carreira interrompida porque não recebeu no clube anterior um tratamento odontológico mínimo de dignidade. O Vasco reclamar do fato do Foguete de vindo ao São Paulo nos causa até certa revolta, porque a gente deveria ter mostrado para a comunidade do futebol a condição em que ele chegou ao São Paulo", continuou.

"Sobre Gabriel Boschilla, contratamos junto ao Guarani, tinha contrato firmado. Nós nos interessamos pelo jogador, fomos ao Guarani, perguntamos qual é a multa, quanto custa. Pagamos, e ele está no São Paulo. As duas partes em absoluto consenso", disse.

Fonte: ESPN Brasil