Dirigente do Fluminense nega participação em campanha de Julio Brant

Uma entrevista de Julio Brant, candidato à presidência do Vasco, ao jornalista Rica Perrone provocou uma grande polêmica nos bastidores do Fluminense. Em determinado momento da conversa, Julio afirma que Jackson Vasconcelos, assessor executivo do presidente do Fluminense, Peter Siemsen, e que coordenou as campanhas de eleição e reeleição do atual mandatário tricolor, está ajudando a campanha dele no Vasco. Na gravação, ele chega a citar o profissional do Tricolor como marqueteiro político do projeto.

A entrevista de Julio rapidamente causou um sério desconforto no Fluminense. Até pouco tempo, Jackson era considerado o braço direito de Peter e tinha o controle de grande parte das ferramentas da gestão. O dirigente costuma gerir a comunicação institucional e controla os pagamentos no Flu. Depois do alarde feito pela entrevista do candidato vascaíno, grupos políticos do Tricolor estão pedindo a saída do dirigente após o que estão considerando ser um grande escandalo.

O LANCE!Net entrou em contato com Jackson Vasconcelos. Ele confirmou ter conversado Julio Brant e o grupo político que ele defende, mas negou que esteja trabalhando diretamente na campanha.

- Há um tempo atrás, quando o grupo político do Julio, que tem pessoas como o Edmundo inseridas, não tinha definido nem o candidato para a eleição, foi feita uma reunião no IBMEC, na Barra da Tijuca. Eles estavam discutindo o Vasco e pediram a ajuda de dirigentes de outros clubes para discutir o futebol brasileiro, o que poderia ser feito, a própria situação do Vasco. Foram chamados os presidentes dos quatro clubes grandes do Rio de Janeiro. O Peter ia, mas acabou não podendo comparecer na última hora, mas se não me engano até o Maurício Assumpção do Botafogo esteve presente. Bandeira de Mello também foi convidado. Até mesmo o Dinamite foi convidado. Foi ali que pude conhecer essas pessoas. Quando o Julio foi definido como candidato, ele e o grupo dele, por saberem que coordenei as campanhas do Peter e que tenho conhecimento nesta área, me chamaram para conversar e realmente me reuni com o grupo. Eles me consultaram, conversamos, trocamos ideias e não avançamos. Fico até honrado quando ele me cita, mas quem conduz a campanha dele é o Tangerina, quem coordena a comunicação é o irmão dele, o Daniel. Posso dizer que o que tenho em comum ao Julio hoje é o embate com pessoas como o Eurico Miranda, que não podem voltar para o futebol - explicou.

Jackson também disse que não está preocupado com as pessoas que estão pedindo a saída dele do Fluminense por causa deste caso. Entretanto, a verdade é que existe muita pressão nos bastidores neste sentido, ainda mais pelo fato de o dirigente ter sido acusado por diversas vezes no período em que esteve trabalhando no Tricolor de ser torcedor do Vasco. O atual assessor executivo de Peter já foi diretor executivo do Tricolor e sempre teve a atuação questionada.

A reportagem do LANCE!Net tentou entrar em contato com o presidente Peter Siemsen, mas não obteve retorno.

Pouco depois, pelo twitter, Jackson publicou as seguintes mensagens sobre o tema:

- Caros, não estou na eleição do Vasco e também não estou preocupado com o meu contrato com o Fluminense. Mesmo não estando na campanha do Vasco, torço como brasileiro e amante do futebol para que Eurico Miranda NÃO seja eleito. Conheci Julio Brant pessoalmente e penso q é o + qualificado à eleição do Vasco. Sinto-me honrado por ter citado por ele no @RicaPerrone. Continuo na posição que sempre assumi. Com base na transparência e dizer a verdade.