Diretoria do Vasco se diz confiante na aprovação da SAF
Antes mesmo da criação da SAF do Vasco e da oferta vinculante que confirme a intenção de compra dos ativos da sociedade anônima, a 777 Partners já está inserida na vida do Vasco. Desde a assinatura do memorando de entendimento e da aprovação de empréstimo de R$ 70 milhões, que caiu na conta do clube na segunda-feira, que o grupo americano é informado das principais decisões tomadas pela diretoria.
A aplicação dos R$ 70 milhões, utilizados em parte para quitar salários atrasados, dívidas com jogadores referentes a direito de imagem, passivos com prestadores de serviço, e mais zerar os pagamentos em aberto das parcelas do Regime Centralizado de Execuções, foi toda compartilhada com a 777 Partners.
O grupo já monta ao lado da diretoria uma comissão de transição, que fará com que as próximas decisões do clube sejam acompanhadas de perto pelos investidores. Isso inclui medidas referentes ao departamento de futebol. O cruz-maltino está confiante de que, caso haja necessidade, a empresa pode antecipar valores referentes ao aporte de R$ 700 milhões para a contratação de reforços para a Série B, tentando garantir a montagem de elenco forte suficiente para o retorno à primeira divisão.
Outros tópicos discutidos pelo clube e que estão no radar dos americanos são a gestão do Maracanã e a formação de uma liga de clubes. O Vasco quer participar da gestão do estádio e o grupo de investidores também tem interesse no aparelho. De acordo com a diretoria, o Flamengo vê com bons olhos a entrada do cruz-maltino na gestão do Maracanã, enquanto o Fluminense argumenta que o estádio não comporta três equipes mandando suas partidas no local.
O arrendamento e o custeio de São Januário, por parte da 777 Partners, está acertado no memorando de entendimento, mas a reforma, não. Nada impede que a empresa, ao assumir a SAF vascaína, opte por direcionar suas atenções para o Maracanã, reservando a Colina para jogos menores. A ideia é que seja estipulado em contrato um número mínimo de partidas na Colina.
O Vasco aguarda a vinda ao Brasil do CEO da empresa, Josh Wander, para conhecer São Januário e outras instalações do clube. A viagem está sendo programada para acontecer nas próximas semanas.
Confiança no desfecho
O presidente Jorge Salgado e alguns dos principais vice-presidentes do clube estiveram em São Januário nesta quarta-feira para conversar com a imprensa e tirar dúvidas a respeito do processo da SAF. A diretoria conta com a finalização do processo, o que inclui a formalização de uma oferta vinculante por parte da 777 e mais a aprovação da criação da sociedade anônima e sua posterior venda em até agosto.
A meta da diretoria é que a SAF do Vasco reserve cerca de 50% de suas receitas para bancar a folha salarial do futebol. O percentual, e mais um aumento esperado na própria receita, são considerados suficientes para a montagem de time competitivo já em 2023. De acordo com o clube, atualmente, o percentual reservado é de 30% aproximadamente.
A necessidade de fazer receita para conseguir fechar 2022 continua, mesmo com o recebimento do empréstimo de R$ 70 milhões. De acordo com a previsão orçamentária aprovada para 2022, o clube terá de fazer mais R$ 50 milhões para fechar o ano. Estima-se que o dinheiro possa ser proveniente da venda de atletas.
Se a SAF for aprovada e vendida para a 777 Partners, haverá uma injeção de R$ 120 milhões no caixa da empresa. Esse valor já servirá para fechar essa conta do fluxo de caixa em 2022.
Fonte: Agência O Globo