Diniz fala da atuação de Thiago Mendes e falha de Paulo Henrique
Retrospecto do Vasco em pênaltis
- Acho que é uma combinação de muitos fatores. Um é decisivo, que é ter um goleiro especial. Faz muita diferença. Tanto para jogar de maneira normal o jogo quanto em disputas de pênaltis. Falando da minha chegada aqui é muito treino. Inclusive treino de pênaltis. E acho que sempre tem um pouco da casualidade. Não é que se você faz tudo certo nos pênaltis você vai ganhar, mas aumenta a chance de ter sucesso treinando de maneira sistemática e respeitando todos os adversários. Nós treinamos pênaltis para o Fluminense igual treinamos para o Operário. Na Sul-Americana também, quando tinha chance de pênaltis começamos a treinar antes. Acho que o treinamento favorece.
- Você identifica também, os jogadores vão ficando mais à vontade, acaba perguntando o histórico do jogador nos outros clubes, se é acostumado a bater... Às vezes o jogador treina muito bem mas não tem frieza ou não gosta de bater. Na hora do jogo o aspecto emocional é muito decisivo. Eu acho que nisso fomos muito bem em todas as disputas. É aquela coisa, você sabe como é. Você coloca o Victor (Luis), espero que vocês não façam, porque da parte de vocês é muito cruel, dizerem que colocou um jogador frio foi burrice. Se ele não perde o pênalti não é burrice. Isso é um resultadismo tosco, tolo de pessoas ignorantes sem culhão para encarar a vida como ela deve ser encarada.
Maracanã palco da final
- É tudo muito difícil. Existe uma predileção geral por São Januário por ser a nossa casa. Aqui (Maracanã) a gente tem uma energia e um gramado que reúne condições muito melhores e tem uma atmosfera que contempla muito mais vascaínos. Aqui a gente consegue colocar mais que o triplo de pessoas. Quando você junta tudo... E os jogadores foram muito determinantes para aproveitar essa atmosfera. É sempre muito difícil, porque eles gostam muito de jogar lá. E nesse momento, quando você precisa fazer gol, precisa acelerar, acho que o Maracanã reúne condições melhores que São Januário para a gente praticar o nosso jogo.
Falha de Paulo Henrique
- A conversa foi estímulo total. É um jogador que já nos deu muitas alegrias, muitas vitórias. Foi para a Seleção. Tem chance de disputar a Copa do Mundo. Acho que conseguiu reagir muito bem, como tem que reagir um jogador que tem a história que ele tem no Vasco. Tem muita identificação com o torcedor e ficamos muito felizes, porque não é fácil para um jogador em uma semifinal que falha, pode se sentir culpado, ficar para baixo. E teve o apoio de todo mundo também. Isso mostra a grandeza do Paulo Henrique.
Desempenho do Nuno
- Nuno, na minha opinião, fisicamente fez uma das melhores partidas desde que estou aqui. É difícil pegar a avaliação de uma forma fria. "Então ele jogou muito, um ano e meio". Desde que chegou aqui, hoje ele fez o jogo mais intenso. Eu tirei ele e podia ter deixado mais um pouco porque ele estava aguentando. Tem vários aspectos. O Nuno está reconhecendo novos limites que pode ter. Gostei muito da partida dele, inclusive do lado físico. Chegou na direita, na esquerda, chegou na frente, ajudou a marcar. Ele foi muito bem.
Atuação do Thiago Mendes
- Fazia muito tempo que eu não via o Thiago Mendes jogar. Acompanhei muito no início de carreira no Goiás e São Paulo. Fazia muito tempo que eu não via. Quando ele saiu daqui para França, eu imaginei que o Thiago seria um jogador que ia disputar Copa do Mundo. Sempre gostei muito. Muito vigor físico, muito técnico e ocupa muito espaço no campo. Isso posto, ele ficou quase três temporadas no Catar. Na França, foi para o Lille, para o Lyon, e foi para o Catar. Ficar três anos no Catar com poucos jogos, muito sol, treina muito abaixo, ritmo muito lento.
- Três temporadas no Catar com 33 anos, idade do Philippe, do Tchê Tchê, do Felipe quando voltou você não volta sem pagar uma conta. Ele pagou a conta. Chegou muito destreinado, fora de forma. Inclusive, tinha machucado lá, chegou voltando de lesão. Hoje, quando ganhou condição física, não me surpreende em nada. Jogador acima da média, entende muito da posição. Tem energia física e muito técnico. Jogador grande, dá peso para a equipe. Concordo que fez dois grandes jogos.
Como manter concentração?
- Acho que no jogo de hoje jogamos até melhor do que no jogo passado. A gente não controla resultado. Mas era mais factível ter virado a partida ganhando do que perdendo. Tiveram três defesas muito boas, tivemos muita contundência de chegar de fora da área, cruzamentos perigosos. Acho que o nosso time, nesse tempo que estou aqui, passou por muita coisa. No fundo, todas as coisas acabam cooperando para o bem. Até os momentos de dificuldade, como as cinco derrotas seguidas. Nesse momento, quando você perde, ou você melhora ou você piora, você não fica estável.
- O Vasco soube melhorar nos momentos de dificuldade. Acho que a gente nesse sentido também imitou a torcida. Quanto mais é testada, mais se apaixona, mais mostra dedicação e se declara cada vez mais apaixonada pelo Vasco. O time, no momento que desceu, vacilou, fomos reconhecendo nossos erros, e se juntando e se fechando como time. Dessa forma, chegamos muito fortes para disputar esses jogos contra o Fluminense. Esperamos nessa semana conseguir se unir ainda mais e fazer dois grandes jogos.
Grupo assimilou momento importante?
- Eu acho que todo mundo vive um pouco essas coisas que você disse. Momento importante. O mais importante de tudo é o Vasco estar na final. Os jogadores e a gente, comissão, tudo isso é uma consequência. Tem um pouco mais de peso, mas o peso maior, essas coisas que você citou, da troca de patrocínio, é um agregado para o Vasco. Mas o que todo mundo está muito conectado, junto com a torcida, é a possobilidade do Vasco chegar numa final e ter a chance de trazer essa alegria que a torcida merece. O resto vai vir como consequência. A gente tem que focar muito essa semana, fazer o melhor, buscar o melhor, se superar, todo mundo em todos os sentidos, para a gente conseguir entregar tudo que puder nesses dois jogos para trazer essa alegria para o torcedor.
Fonte: ge