Futebol

Dinamite pensou em afastar Edmundo definitivamente

O afastamento de Edmundo do time do Vasco corre sério risco de ser definitivo.

O jogador há muito não goza de bom relacionamento com os companheiros e, atormentado pelas pendências judiciais que ainda mantém com a Justiça por conta do fatídico acidente que tirou a vida de três pessoas, em 1995, exibe uma alternância de comportamento que começa a chegar a níveis intoleráveis.

E, pior: mina a tentativa de reação do time.

No último final de semana, o presidente Roberto Dinamite chegou a pensar no afastamento do atacante ao to mar conhecimento de fatos desagradáveis protagonizados por ele no jogo contra o Figueirense.

Mas recuou depois de ser convencido por companheiros de diretoria que o fato em si poderia tirar o foco da partida desta noite, contra o Sport, na Ilha do Retiro.

Como Edmundo seria julgado no dia seguinte no STJD por atitude hostil ao adversário no jogo contra o Ipatinga, e já havia manifestado que não ajudaria em sua própria defesa, chegou-se a conclusão de que, por ora, o melhor mesmo era evitar o desgaste.

Aos olhos mais atentos, a maneira fria como os jogadores do Vasco festejaram o gol de Edmundo, que empatou por alguns minutos o jogo em Ipatinga (apenas Madson e Leandro Amaral foram abraçá-lo), evidenciou a divisão do elenco.

Nos bastidores, porém, a história é mais densa e se arrasta desde o início do ano.

A Edmundo, são creditadas a saída intempestiva de Romário e também a demissão de Alfredo Sampaio. Dono do time, cobra faltas sem sequer treiná-las, bate pênaltis mesmo sem bom aproveitamento nos treinos e não concentrava como os demais quando o time era obrigado a dormir no Hotel (sic) São Januário — onde cinco dividiam o mesmo quarto.

Antes do jogo contra o Atlético-MG, disse que Morais tinha medo da torcida e que Leandro Bomfim e Jean, seu companheiro de quarto, simulavam contusões para fugir das cobranças — coincidentemente, dois saíram e um demora a voltar ao time.

Ícone vascaíno, amparado por uma idolatria construída com talento e um declarado amor ao clube, Edmundo deu o tiro de misericórdia no time após o suado e sofrido empate com o Botafogo, obtido aos 43m do segundo tempo.

Enquanto a maioria festejava o ponto conquistado diante de um dos postulantes ao título brasileiro, e também o quarto jogo sem derrota, o ídolo irascível entrou no vestiário e criticou o que considerava uma postura covarde do time que ele mesmo dizia não estar à altura do Vasco.

Os jogadores, alguns ainda jovens, outros sabidamente limitados, ambos em busca da afirmação, passaram a se dividir entre as orientações do técnico Tita e os comandos de Edmundo.

Sem saber a quem agradar, não conquistaram mais um ponto sequer em sete jogos.

Com ou sem Edmundo...

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