Diego Souza: "Vamos ver onde o trem-bala vai parar"
Quando Ricardo Gomes assumiu o Vasco, a primeira missão era tirar o time do buraco em que havia caído na Taça Guanabara. A segunda, fazer do clube de São Januário novamente campeão conforme suas tradições. Ontem, na velocidade do trem-bala, como passou a ser chamado após a recuperação, o time atropelou o Avaí por 2 a 0, na Ressacada, com gols de Revson (contra) e Diego Souza, ambos no primeiro tempo. Agora, o técnico está a apenas dois jogos da estação terminal: o título inédito da Copa do Brasil.
O grande mérito é dos jogadores. Apenas dei confiança ao time afirmou Ricardo Gomes.
A final será contra o Coritiba, que derrotou o Ceará por 1 a 0, ontem, em Curitiba, gol de Anderson Aquino. Hoje, a CBF fará o sorteio da ordem do mando de campo dos jogos que acontecerão nos dias 1oe 8 de junho. Pela segunda vez, o Vasco jogará uma final da Copa do Brasil. Na primeira, há cinco anos, perdeu para o Flamengo. O time de São Januário não ganha um título de Primeira Divisão desde 2003.
Jogo decidido no primeiro tempo
O time chegou à final mostrando que a máquina vascaína reencontrou totalmente os trilhos sob o comando de Ricardo Gomes. Na Ressacada, a missão do Vasco no jogo parecia tão difícil quanto teve de fazer para se recuperar na temporada. Com o empate em 1 a 1 em casa, a equipe tinha de vencer ou empatar por mais de dois gols no estádio do adversário. Quase 18 mil torcedores empurravam os catarinenses, que tentavam feito inédito.
Mas não demorou muito para a equipe jogar por terra a vantagem do Avaí, conquistada em São Januário. Jogando com três zagueiros, um deles, Revson, deu uma ajuda aos cariocas. Aos três minutos, Felipe cobrou falta da direita sofrida por Allan, a bola passou por Diego Souza e o camisa 31 desviou antes que Dedé a alcançasse.
O Vasco mostrou desde o início que estava em sintonia, mesmo com peças novas, como Eduardo Costa, no lugar de Fellipe Bastos, que deu o equilíbrio necessário ao meio-campo.
Confiante, em campo se viu o time que está há 18 partidas invicto (10 vitórias e 8 empates), a maior série de um time brasileiro no momento.
Confiança que faltou ao Avaí. A equipe sentiu a pressão de decidir a vaga na Ressacada e deu espaços aos cariocas. Principalmente a Éder Luís, que passeou pelo lado direto de campo, e saiu apenas por causa de dores na coxa esquerda no segundo tempo.
E foi pelos pés dele que começou a jogada do segundo gol. Aos 34, ele tabelou com Alecsandro, que esperou o momento certo para deixar Diego Souza na frente de Renan. O goleiro tentou fechar o ângulo, mas o camisa 10, com inteligência, tocou por cima.
Eu quero voltar a jogar bola, a jogar na seleção. Temos que lutar porque não acabou nada. Depois vamos ver onde o trem-bala vai parar disse, no intervalo, Diego Souza, que comemorou com uma dancinha.
Apesar da luta do Avaí, o trem bala não desacelerou e o próprio Diego Souza, em noite inspirada, quase marcou aos oito minutos do segundo tempo, com bola na trave. Alecsandro, em outra boa jogada de Diego, marcou, mas o gol foi mal anulado por impedimento. O time ainda perdeu o lateral Ramon, com dores na coxa esquerda. Mas mostrou que, com qualquer que seja a peça, a máquina vascaína está bem azeitada e pronta para ser campeã.
Avaí: Renan, Cássio, Gustavo Bastos e Revson; Romano (Robinho), Acleisson (Rafael Coelho), Marcinho Guerreiro, Marquinhos Santos e Julinho; Marquinhos Gabriel (Estrada) e William. Vasco: Fernando Prass, Allan, Dedé, Anderson Martins e Ramon (Márcio Careca); Rômulo, Eduardo Costa, Felipe (Jumar) e Diego Souza; Éder Luís (Bernardo) e Alecsandro. Juiz: Leandro Vuaden (RS). Cartões amarelos: Acleisson, Ramon e Marcinho Guerreiro.
(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal O Globo)
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