Futebol

Diante dos bons resultados, Vasco sonha com Libertadores

​É bem verdade: o objetivo do Vasco, para os mais lúcidos, em 2017 era não cair. Voltando de uma Série B, em ano de eleição - extremamente conturbado -, com um time tomado por jogadores emprestados e o medo da torcida, o cenário não poderia ser outro. Mas nem o episódio lamentável que fez o Cruz-Maltino perder seis mandos de campo, nem a venda de Luan e da joia Douglas, e um ambiente complicado por algumas divergências entre Milton Mendes e o grupo fizeram este time parar de sonhar. E hoje faz com razão. 

Milton Mendes tem sua parcela no que vem acontecendo hoje. Fez o Vasco se tornar um time forte em casa, mas precário fora dela. Perdeu o território, perdeu o grupo e também o cargo. Chega Zé Ricardo: humildade, trabalho, harmonia e um ponto crucial: o acerto da defesa. O comandante teve a ajuda de um dos melhores zagueiros do Brasil, Anderson Martins, e de um jogador de um potencial alto, que atualmente se mostra recuperado no time da Colina: Breno.

Para quem ignora a fase de Ramon e Madson, digo-lhe que é um grande erro. Os dois laterais correspondem defensivamente e vêm sendo importantes na frente. Nos últimos oito jogos, são apenas quatro gols sofridos - um de Jô, com a mão. Não só isso: uma zaga bem postada que deu respaldo ao grande goleiro que é Martín Silva, voltando ao bom nível que sempre apresentou. 

O Vasco (leia-se Zé Ricardo) arrumou a casa, se tornou competitivo por parar de levar gols. Isso é um fato. Mas o padrão de jogo em bloco, muitas vezes sendo principal fator para superar a deficiência técnica, fez a equipe conquistar 17 pontos dos últimos 24 possíveis. São cinco triunfos, dois empates e apenas uma derrota - justamente contra o Corinthians. O ataque ainda não é exemplo: oito gols em oito apresentações. Zé, principalmente contra Chapecoense e Sport, deixou de ganhar pontos por teimosias. Mas nada gritante. O trabalho é suficiente. Para quê? 

Para fazer esse Vasco, que conta com a volta da torcida, que eliminou egos, se compactou e entendeu suas limitações, ficar longe do Z4 (atualmente são dez pontos de distância) e muito próximo do G7 (hoje só a 1 ponto). Coritiba (casa), Flamengo (fora), Vitória (casa) Santos (fora), São Paulo (casa), Atlético-MG (casa) e Atlético-PR (fora) separam o Cruz-Maltino de um final. Feliz ou triste, neste momento, o sonho de disputar a maior competição da América está mais vivo do que nunca. 

Fonte: Esporte Interativo