Futebol

Destaque do Vasco, Allan aguarda nascimento do filho Miguel

Allan tem apenas 20 anos. Do elenco vascaíno, talvez seja o jogador de menor exposição. Expressão de menino, sempre sorridente, as espinhas revelam a jovialidade da grata revelação cruzmaltina. O que pouca gente sabe, no entanto, é que por trás do tímido volante existe um chefe de família cheio de atribuições. Allan mora com a mãe e mais quatro irmãos. Só que em outubro esta responsabilidade vai aumentar com a chegada de Miguel, o primeiro herdeiro.

O ano de 2011, de fato, foi marcante na vida e na carreira do jogador. De volante sem espaço no time, tornou-se campeão da Copa do Brasil como lateral. Foi convocado para a seleção brasileira sub-20 que disputará o Mundial da categoria na Colômbia, entre 29 de julho e 20 de agosto. E, por último, recebeu a notícia da namorada Thais que será pai. Grávida de cinco meses, ela já cultiva uma rechonchuda barriguinha.

\"A chegada do meu filho representa tudo. Minha vida vai mudar completamente. Sei que sou jovem, mas já tinha algumas responsabilidades, porque há algum tempo sou o homem da minha casa e sempre ajudei a minha mãe. Agora terei o meu filho, mais uma criança em casa que será uma grande alegria. Vou ter que correr mais atrás das minhas coisas porque quero dar a ele tudo o que não tive”, diz Allan, com brilho nos olhos.

Allan realmente não teve e não tem uma vida com os padrões que o futebol ainda pode lhe proporcionar. Ao todo, são sete irmãos, mas com ele moram apenas quatro. É o volante quem sustenta a casa. Quando olha para 2010, se dá conta que estes seis meses mudaram a sua vida. Por ora, ainda ganha salário que não lhe garante luxos e excessos. Tanto que pretende ficar por Ramos, quer juntar dinheiro para comprar uma casinha para a nova família.

\"Este ano tem sido totalmente diferente na minha carreira. Consegui me firmar no time, mesmo fora da minha posição, pude mostrar o meu futebol e minha versatilidade. Recebi um apoio muito grande não só do técnico Ricardo Gomes, mas também dos jogadores. Como joguei na lateral, vários deles me ajudavam com dicas fora e dentro de campo. A gravidez da minha namorada foi uma grande surpresa e que estou curtindo bastante. Vai mudar a minha vida realmente a chegada do meu filho e estou ansioso. O título da Copa do Brasil coroou tudo isso, mas ainda temos muito trabalho pela frente\", curte o jogador, linkando todas as emoções.

Nada foi fácil nesta temporada. Substituir Fágner, machucado, rendeu ao volante um período de perseguição da torcida, com direito a vaias. Sua principal dificuldade foi acertar o posicionamento. “Mas fui muito ajudado pelos companheiros. Lembro que, logo na primeira chance de entrar no time titular, vários jogadores, como Eduardo Costa e Fellipe Bastos, conversaram muito comigo e me deram muito apoio”.

Na seleção de Ney Franco, ele não cria expectativa. Na lista da convocação, seu nome entrou como volante. Mas ele imagina que o treinador do time sub-20 viu suas atuações na reta final da Copa do Brasil, o que aumenta sua chance de ser aproveitado na competição.

\"Vou esperar para ver quais são os planos do técnico Ney Franco para mim. Se ele precisar de mim na lateral, não terá problemas. Já conheço um pouco da posição e acho importante ter essa versatilidade. Graças a isso tive uma oportunidade de fazer vários jogos pelo Vasco e de ser lembrado para a seleção\", comenta o jogador, sem arriscar se será ou não titular na Colômbia.

\"É difícil dizer isso. Essa pode ser a minha primeira oportunidade de trabalhar com o técnico Ney Franco e minha expectativa maior é ser útil e ajudar a seleção.\"

Fica uma pergunta. E quando voltar da seleção, vai brigar por uma vaga no meio ou na lateral do Vasco? “Quando eu voltar, pretendo brigar por uma vaga na minha posição, mas se o técnico Ricardo Gomes precisar mais uma vez da minha ajuda na lateral isso não será problema”.

Fonte: iG Esportes