Desgaste, histórico e 'clima de treino'... a semana atípica do Vasco
Desde que chegou ao Vasco, em outubro de 2013, Adilson Batista já viveu um turbilhão de emoções. Estádios lotados, luta intensa - e frustrada - contra o rebaixamento, clássicos polêmicos, vaias, vitórias expressivas e, agora, um título tirado nos últimos instantes por um gol irregular do Flamengo. E não há tempo para respirar, já que a semana promete ser das mais agitadas em São Januário. Uma maratona de jogos importantes, por competições diferentes, em que precisa driblar o desgaste, o histórico de ressacas e até uma estreia com portões fechados.
- Jogar três dias depois de derrota, isso já estamos acostumados. Jogar com portão fechado é que é como se fosse um treino. Eles vão ouvir muito minha voz, é certo, mas temos de superar isso - brincou o treinador sobre as três partidas em seis e o duelo com o América-MG, em São Januário, sem a presença da torcida, por punição após a briga na última rodada do Brasileirão.
Diante da ressaca após o vice-campeonato, todo o cuidado é pouco. O histórico cruz-maltino é recheado de feridas reabertas por tropeços logo após um baque como o de domingo. Em meio ao drama, o Vasco volta os olhares ao Resende, adversário dsta quarta-feira, às 22h, pela segunda fase da Copa do Brasil, para evitar reviver um passado sombrio, que incluem eliminações para times como Baraúnas-RN, em 2005, derrotas apáticas em casa, além do fim do sonho na Libertadores de 2000 para o Boca Juniors-ARG depois do fracasso no estadual.
Adilson valoriza o que construiu até aqui em 2014 como a receita para manter o bom futebol.
- Montar a equipe dá trabalho. Houve uma dedicação do clube, que nós entendemos e já sabíamos que poderíamos contar. Foi pouco tempo de trabalho e já demonstramos que tínhamos objetivos dentro da competição (Carioca), mesmo que ela pudesse ter tido desfecho melhor. Mas já vi setores melhorando muito, crescimento em relação ao ano passado. Trabalho é coroado com título, mas precisamos pensar para a frente. E o objetivo é a Copa do Brasil - argumentou.
Porém, o treinador rejeita o rótulo de injustiçado e prefere focar na superioridade sobre o Flamengo, que não controlou nenhum dos três clássicos contra o Vasco desde fevereiro.
- Essa história de campeão moral e de orgulho não é assim. A gente fica satisfeito com a equipe, apresentando um bom futebol. É isso. Vi coisa boa nesse período. Para você avaliar um trabalho, este ou aquele, precisa ir a fundo. O próprio nível de exigência não era como em Flamengo, Fluminense ou Botafogo, mas conseguimos nos superar e surpreender.
Vasco no pós-derrotas em finais importantes:
2000
VASCO 1 X 2 FLA (Final do Carioca - 17/06/2000)
VASCO 0 X 2 SPORT (Estreia no Brasileiro - 29/07/2000)
VASCO 3 X 3 CRUZEIRO (2ª Rodada do Brasileiro - 06/08/2000)
2001
VASCO 1 X 3 FLAMENGO (Final do Carioca - 27/05/2001)
BOCA JUNIORS 3 X 0 VASCO (2º das Quartas da Libertadores - 30/05/2001)
GAMA 0 X 0 GOIÁS (Estreia do Brasileiro - 01/08/2001)
2004
VASCO 1 X 3 FLAMENGO (Final do Carioca - 18/04/2004)
VASCO 0 X 1 CRICIÚMA (Estreia do Brasileiro - 22/04/2004)
ATLÉTICO-MG 1 X 1 VASCO (2ª rodada do Brasileiro - 25/04/2001)
2006
VASCO 0 X 1 FLAMENGO (Final da Copa do Brasil - 26/07/2006)
VASCO 1 X 0 CRUZEIRO (14ª Rodada do Brasileiro - 30/07/2006)
PARANÁ 2 x 1 VASCO (15ª Rodada do Brasileiro - 06/08/2006)