Dedé proporcionou lucro próximo de 2000% ao Vasco
Os torcedores do Vasco custam a crer que Dedé vai ser vendido ao Cruzeiro. A perda de um ídolo para um clube brasileiro escancara a fragilidade financeira que vive o Gigante da Colina. Sem condições de honrar seus compromissos já são dois meses de salários atrasados de jogadores e funcionários -, a diretoria não vê outra escolha a não ser aceitar os cerca de 5,5 milhões de euros aproximadamente 14 milhões de reais que o clube mineiro oferece pelos 45% por cento dos direitos do jogador que pertencem ao Cruz-maltino. Para muitos, o valor está bem abaixo do aceitável, mas pondo os números no papel, não é bem assim.
As recentes convocações à Seleção Brasileira aumentaram a expectativa de torcedores e dirigentes de que seria possível vender Dedé por cerca de 20 milhões de reais. Entretanto, por uma análise mais fria e menos passional, percebe-se que o zagueiro rendeu ao clube com a confirmação desse negócio mais de 17 milhões de reais, um lucro de 1994% sobre o investimento feito.
Em maio de 2009, o Vasco pagou ao Volta Redonda cerca de R$ 900 mil por 90% dos direitos econômicos de Dedé, que pertenciam ao clube da Cidade do Aço. Os outros 10% foram comprados pela Ability Sports, agência do empresário Fred Souza. Naquele ano, o clube disputava a Série B do Campeonato Brasileiro. Ainda desconhecido, Dedé não teve muitas oportunidades.
No ano seguinte, Dedé se destacou em um momento difícil do time, ganhando condição de titular. Faltando um mês para o término do contrato, teve boas atuações e o vínculo prolongado. Começou ali a valorização do zagueiro.
Em agosto de 2011, já visando um maior retorno financeiro com uma futura venda do camisa 26, o Vasco vendeu 45% dos direitos econômicos de Dedé por 1,8 milhão de euros (na época, R$ 4,1 milhões de reais) à LIGA, outro grupo de empresários. Com a venda, Dedé passou a ter os direitos divididos em três: 45% do Vasco, 45% da LIGA e 10% da Ability.
Em 2013, uma nova divisão
Pouco mais de um ano depois, no início de 2013, o clube anunciou que o Grupo DIS, braço do agência Sonda, comprou os 45% que pertenciam à LIGA. Nessa transação, o Vasco não recebeu nenhuma verba, mas se beneficiou de uma mudança no contrato. A partir daquele momento, o valor pelo qual o clube seria obrigado a ceder Dedé passou de 7 para 10 milhões de euros. O Cruz-maltino ainda teria a opção de cobrir a oferta, garantindo a permanência do capitão do time.
Agora, o Cruzeiro surge com uma oferta já aceita de cerca de 5,5 milhões de euros (aproximadamente R$ 14 milhões) pelos 45% dos direitos pertencentes ao Vasco. Nesse caso, o clube da Colina perde qualquer tipo de participação no passe do jogador. Os grupos DIS e Ability mantém os 45% e 10%, respectivamente, dos direitos federativos do Mito.
A partir da análise de todas essas operações financeiras ocorridas durante os quatro anos em que Dedé esteve em São Januário, verifica-se que o Vasco teve um lucro considerável com o jogador. Para contar com o Mito, o clube desembolsou apenas R$ 900 mil, enquanto para vender, ao longos dos anos, arrecadou R$ 18,4 milhões, um lucro de R$ 17,5 milhões.
Dedé deve ser anunciado oficialmente como novo reforço do Cruzeiro ainda nesta semana. Ainda não foi definido se o zagueiro estará em campo no próximo sábado, contra o Madureira, em Conselheiro Galvão.
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