Dedé minimiza falta de coletivos no Vasco
Em São Januário, ninguém faz questão de esconder: o Vasco de Ricardo Gomes deixou o coletivo de lado. Mas, é bom que se esclareça, isso não tem nada a ver com egos inflados ou falta de espírito de grupo. O problema está no calendário apertado, com duas frentes distintas: o Campeonato Carioca e a Copa do Brasil. O desgaste de jogos e deslocamentos tem forçado o técnico vascaíno a dosar os treinos para não sobrecarregar seu grupo, recheado de jogadores experientes e outros ainda sem o ritmo ideal. Sem fazer um coletivo com os titulares há mais de 15 dias, o Vasco viajou na tarde de segunda-feira para Recife, onde enfrenta o Náutico, nesta quarta, às 21h50m, pela Copa do Brasil, no Estádio dos Aflitos.
\"Quando foi o último coletivo que a gente fez? Não me lembro. Acho que foi antes do jogo contra o Fluminense (dia 27 de março)\" admitiu o zagueiro Dedé.
O bom retrospecto recente, com três triunfos seguidos em São Januário e a vaga nas semifinais da Taça Rio conquistada antecipadamente, mostra que a fórmula de buscar entrosamento com jogos e diálogo constante vem dando certo até então. Falta agora o Vasco convencer também a sua exigente torcida, que vem perseguindo alguns jogadores nas partidas em São Januário, a ponto de o capitão Felipe condenar publicamente as vaias num momento positivo da equipe. No sábado passado, durante a vitória de virada sobre a Cabofriense, por 2 a 1, hostilizou até mesmo o treinador Ricardo Gomes, por substituir o xodó Bernardo.
\" Cheguei há pouco tempo ao clube, assim como o Alecsandro. Não tivemos muito tempo para trabalhar a parte tática, por exemplo \" disse o apoiador Diego Souza. \" Então, a gente procura conversar, ele me diz como prefere receber a bola no ataque, se no primeiro ou no segundo pau... Isso já ajuda a equipe a fazer os gols.
Se em casa o Vasco já vem enfrentando pressão de sua própria torcida, a expectativa para amanhã à noite é de vaias amplificadas na capital pernambucana. Sem alimentar polêmica com os adversários, os vascaínos reconheceram que existe um histórico de provocações e pressão sobre a arbitragem em Recife.
\" Não podemos cair na pilha da torcida, nem entrar nas provocações \" alertou Dedé. \" Nunca joguei nos Aflitos, mas sei que a pressão lá é grande. A torcida sabe levar tudo contra o adversário e cabe a nós evitarmos isso.
Diego Souza já sentiu na pele a pressão dos pernambucanos, principalmente quando defendia o Palmeiras. Ele ressalta que nunca foi desrespeitado em Recife, mas admite que será muito difícil vencer na casa do Náutico:
\" Não tem polêmica, mas jogar lá é duro. O Náutico é sempre muito aguerrido mesmo. E precisamos ter tranquilidade. Não falo de deslealdade, mas lá se você faz uma falta, já fazem uma pressão enorme no juiz por cartão.
Depois de eliminar o Comercial-MS e o ABC-RN nas duas primeiras fases da Copa do Brasil, nas quais ainda vale o critério de eliminação com derrota por dois gols de diferença ou mais para o time visitante no jogo de ida, o Vasco entra agora na perigosa fase de mata-mata, contra rivais teoricamente mais fortes.
\" A Copa do Brasil é difícil porque todos os jogos são decisivos. Na verdade, é como se jogássemos o primeiro tempo fora e o segundo em casa. O segredo é ter inteligência e não se afobar \" comentou Diego, citando o risco que o Vasco não deve correr nos Aflitos. \" Não convém jogar de igual para igual, sair para o ataque, levar dois gols e voltar para o jogo de casa desesperado. É preciso tranquilidade, esperar a hora certa para sair nos contra-ataques, beliscar um golzinho. A obrigação de atacar é toda do Náutico.
O atacante Élton, que faltara ao treino de sexta-feira, não foi relacionado para a viagem a Recife. Segundo o diretor-executivo de futebol, Rodrigo Caetano, ele foi multado e está integrado ao grupo.
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